O distrito da Guarda perdeu cerca de 18 mil habitantes nos últimos dez anos e os 14 concelhos registaram todos um decréscimo da população, segundo os resultados definitivos dos Censos 2021 divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo dados do INE, o distrito da Guarda, cujos concelhos estão distribuídos por três Comunidades Intermunicipais, contabilizou em 2021 um total de 142.974 residentes, o que significa que perdeu 17.965 pessoas relativamente aos Censos de 2011, que registaram um total de 160.939 habitantes.
Todos os concelhos do distrito perderam habitantes, sendo que o concelho de Almeida, localizado junto da fronteira com Espanha, foi o que perdeu o maior número percentualmente (-18,71%), seguindo-se Figueira de Castelo Rodrigo (-17,76%) e o de Aguiar da Beira o menor (-4,42%).
O maior concelho do distrito, o da Guarda, foi o segundo que teve a menor taxa de perda populacional (-5,70%), tendo perdido em dez anos 2.424 pessoas (em 2021 tem 40.117, quando em 2011 tinha 42.541).
Em 2021, o município de Almeida apresenta 5.887 residentes (em 2011 tinha 7.242), Figueira de Castelo Rodrigo tem um total de 5.148 habitantes (em 2011 contabilizava 6.260) e o de Aguiar da Beira possui 5.231 (tinha 5.473).
O concelho de Pinhel, com 8.092 habitantes, perdeu 1.535 na última década (-15,94%), logo seguido de Manteigas, o mais pequeno do distrito, que possui 2.909 residentes (-15,19%) face a 2011 (contabilizava 3.430).
Segue-se Trancoso (-14,83%), que possuía 9.878 habitantes e passou a contabilizar 8.413, e Celorico da Beira, que perdeu 1.110 pessoas face a 2011 (passou a ter 6.583 habitantes, quando tinha 7.693, ou seja, regista -14,43%).
Na posição seguinte aparece o município de Vila Nova de Foz Côa (com -13,79%), que tem 6.304 pessoas, quando em 2011 apresentava 7.312), logo seguido do concelho de Gouveia (-12,99%), o terceiro maior concelho do distrito, com 12.222 residentes (em 2011 possuía 14.046).
O concelho de Seia, o segundo maior do distrito da Guarda, perdeu em dez anos 2.947 pessoas (-11,93%) tendo agora 21.755 residentes (apresentava 24.702 em 2011); Fornos de Algodres tem 4.403 (menos 586 do que em 2011, quando possuía 4.989; registou -11,75%) e Mêda tem menos 572 habitantes (-11%), quando detinha 5.202 (possui 4.630).
O município do Sabugal, também localizado junto da raia com Espanha, perdeu 1.264 pessoas na última década (-10,08%), pois contabiliza 11.280 habitantes, quando há dez anos registava 12.544.
Doze concelhos do distrito da Guarda integram a Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso), um a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões (Aguiar da Beira) e outro a Comunidade Intermunicipal do Douro (Vila Nova de Foz Côa).
De acordo com os resultados definitivos do Censos 2021, Portugal perdeu 2,1% da população entre 2011 e 2021, invertendo a tendência de crescimento registada nas últimas décadas.
“Residiam em Portugal, à data do momento censitário, dia 19 de abril de 2021, 10.343.066 pessoas (4.920.220 homens e 5.422.846 mulheres), o que representa um decréscimo de 2,1% face a 2011”, adiantou o INE.
De acordo com o INE, essa redução constitui uma inversão na tendência de crescimento da população que se verificou nas últimas décadas e representa a “segunda quebra populacional registada desde 1864, ano em que se realizou o I Recenseamento Geral da População”.