Cuba criticou, na sexta-feira, os Estados Unidos pela inclusão da ilha numa “lista negra” de países que Washington considera estarem a violar a liberdade religiosa, o que pode levar a possíveis sanções.

“A designação do nosso país nesta lista arbitrária mostra que, mais uma vez, o governo dos EUA precisa de recorrer a acusações desonestas para manter a política insustentável de abusos contra o povo cubano”, escreveu, na rede social Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros da ilha, Bruno Rodriguez.

“É sabido que em Cuba existe liberdade religiosa”, salientou.

Na sexta-feira, Cuba e Nicarágua foram incluídas na lista de Países de Preocupação Especial, elaborada anualmente pelo Departamento de Estado norte-americano, na qual se encontravam já China, Arábia Saudita, Coreia do Norte, Rússia, Irão, Paquistão, Birmânia, Eritreia, Tajiquistão e Turquemenistão.

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Os EUA também colocaram na lista grupos extremistas terroristas como Al Shebab, Boko Haram, Hayat Tahrir al-Sham (antiga Frente Al-Nusra, braço da Al-Qaida na Síria), vários movimentos ligados ao Estado Islâmico (EI), como o da Província da África Ocidental e o do Grande Saara, Talibãs, Huthis do Iémen e o grupo de mercenários Wagner, com ligações ao Kremlin.

Esta lista do Governo dos EUA é elaborada todos os anos anualmente e inclui países em todo o mundo, com registo de “graves violações da liberdade religiosa”, tais como tortura, detenção e desaparecimento forçado de pessoas devido a crenças, ao abrigo da lei de liberdade religiosa internacional, de 1998.

Os Estados incluídos estão sujeitos a possíveis sanções, tais como cancelamento de intercâmbios científicos e culturais, suspensão da ajuda ao desenvolvimento, bloqueio de empréstimos ou restrições à exportação.

O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, afirmou que os EUA “não vão ficar parados” perante a perseguição religiosa.

“Continuaremos a monitorizar cuidadosamente a liberdade religiosa em todo o mundo, defendendo aqueles que sofrem perseguição e discriminação”, acrescentou.