Nem todos os construtores apresentam concepts que oferecem uma visão realmente muito próxima de como será um novo modelo. Porém, com os fabricantes de automóveis japoneses não é bem assim, daí o especial interesse suscitado pelo C-HR Prologue, que a Toyota acaba de apresentar assumindo claramente que este modelo conceptual encarna “uma visão muito real de um carro que em breve vai dar nas vistas nas estradas de toda a Europa”.

No passado, também foi assim. Recorde-se que foi no Salão de Paris de 2014 que a marca japonesa surpreendeu com o C-HR Concept, projecto que gerou burburinho por representar uma nova abordagem no segmento C. Mas a verdade é que, passados dois anos, o C-HR “perdeu” o concept e ganhou passagem à produção, mantendo-se extremamente fiel ao protótipo que o antecipou. Agora a Toyota volta a repetir a estratégia, preparando a chegada da segunda geração do C-HR, cujo lançamento deverá ocorrer no final de 2023 ou, o mais tardar, no princípio de 2024.

Nesta iteração, a marca concentra-se em explorar aquilo que fez do C-HR uma proposta ousada, a dar ares de crossover, numa carroçaria mais alta do que habitualmente acontece com as berlinas, mas mais baixo do que um SUV. O novo modelo persegue ainda um maior dinamismo, com um certo perfil de coupé rematado por uma traseira vincadamente (no sentido literal) angulosa. Mas o certo é que a marca que se impôs pelas motorizações híbridas conseguiu com esta estética também híbrida fazer do primeiro C-HR um modelo com um design rebelde.  A avaliar pelo Prologue, a nova geração vai permanecer fiel à forte identidade estilística do C-HR, mas fá-la evoluir no sentido de um maior refinamento e até um certo toque de desportividade, cortesia de projecções de carroçaria mais curtas e rodas maiores. Quanto à secção dianteira é praticamente certo que se vai manter quase inalterada face ao concept, encolhendo quer as aberturas na grelha quer os faróis, mais finos para uma maior acutilância da frente.

Outra das particularidades do C-HR sempre foi a sua pintura a dois tons, o que não só se mantém como merece a adição de um terceiro tom. Neste caso, cor de enxofre a contrastar com a carroçaria em prata metalizada e negro.

Apesar de a Toyota insistir que o futuro C-HR vai transpor para a realidade o modelo conceptual agora apresentado, é expectável que alguns elementos mais futuristas ou de estilo cedam lugar a soluções mais baratas ou que não sacrifiquem a funcionalidade, nomeadamente os convencionais espelhos retrovisores em vez de câmaras ou a forma como se acede aos bancos de trás, cujas portas, além de desproporcionais face às anteriores, refundem o mecanismo de abertura para a extremidade.

Quanto a motores, uma variante exclusivamente eléctrica do C-HR é algo que nunca vamos ver, pelo simples facto de a Toyota agregar este tipo de alternativas na submarca bZ, pelo que esse papel ficará reservado ao bZ3. Assim, para a nova geração do C-HR competir no disputado segmento C-SUV europeu, a aposta passa por juntar uma versão híbrida recarregável à já existente híbrida convencional, com a montagem das baterias a processar-se na Europa. É altamente provável que o C-HR híbrido plug-in usufrua da mesma mecânica do novo Prius, cujo acumulador de 15,5 kWh lhe permite estimar uma autonomia em modo 100% eléctrico de 80 km, disponibilizando uma potência combinada de 223 cv.

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