Morreu Fernando Pádua, o médico tinha 95 anos, avançou ao Observador fonte familiar.

Professor na Faculdade de Medicina de Lisboa, Fernando Pádua criou a Fundação Portuguesa de Cardiologia e é um nome muito importante na consolidação da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Numa nota publicada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa homenageia “o brilhante cardiologista e excelente comunicador, que ao longo de tantos anos se destacou na promoção da literacia em saúde.” O médico foi agraciado com a Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2005 pelo presidente Jorge Sampaio. Uma condecoração reservada a nomes como José Saramago, Amália Rodrigues, Sofia Mello Breyner Andresen ou Diogo Freitas do Amaral, entre outras personalidades de destaque da cultura, academia e política nacionais.

Presença assídua na televisão, rádio e jornais, dedicou parte da vida à divulgação de hábitos de vida saudáveis. Foi um pioneiro na medicina preventiva em Portugal como forma de melhorar o bem estar e a saúde da população. Muitos portugueses conheciam-no como o “médico do coração” ou o “médico do lacinho”, uma das suas imagens de marca, uma vez que raramente usava gravata. Foi um incansável lutador contra o consumo de tabaco e excesso de sal num país onde as doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte. Fez o curso de Medicina em Lisboa e uma pós-graduação em Cardiologia em Harvard, nos Estados Unidos. Ainda este ano acompanhou um congresso daquela especialidade.

Em comunicado, o ministro da Saúde afirma que recebeu “com profunda consternação” a notícia da morte “do professor do coração”. Manuel Pizarro lembra o “papel absolutamente pioneiro” de Fernando Pádua “na prática e divulgação da prevenção e na educação para a Saúde”. O ministro da Saúde considera o cardiologista como “o pai da medicina preventiva em Portugal” e salienta a “sua notável vontade de viver”. Em várias ocasiões o médico referiu que queria viver até aos 100 ou 120 anos. Foi fumador durante a juventude, mas largou os cigarros quando percebeu que o tabaco está na origem de doenças fatais.

Fernando Pádua morreu esta manhã de quinta-feira, em casa, em Lisboa. Esteve hospitalizado durante várias semanas devido a uma queda que sofreu recentemente. O velório terá lugar na Basílica da Estrela, na capital, esta sexta-feira entre as 18 horas e as 22h30. A missa exequial será celebrada no sábado às 14 horas e o cortejo fúnebre sairá uma hora depois para o Cemitério dos Prazeres, em Campo de Ourique.

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