A Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu esta quarta-feira que as doenças Covid-19 e Mpox, anteriormente designada monkeypox, podem deixar em breve de ser consideradas uma emergência de saúde pública internacional.

“Há um ano, a variante Ómicron [do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19] matava 50 mil pessoas todas as semanas e na semana passada foram menos de 10 mil, um número que ainda é excessivo, mas que marca uma boa trajetória”, salientou o diretor-geral da OMS em conferência de imprensa.

A emergência de saúde pública internacional, o nível mais alto de alerta, foi declarada pela OMS para a Covid-19 em janeiro de 2020 e para a Mpox já em julho deste ano.

Tedros Adhanom Ghebreyesus adiantou, porém, que o “coronavírus não vai desaparecer” de circulação, o que obriga os países a “aprender a geri-lo juntamente com outros problemas respiratórios”, como a gripe.

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De acordo com o responsável da OMS, a diminuição de 90% nos casos notificados de Mpox é também um sinal de otimismo em relação a um fim próximo dessa crise de saúde pública internacional.

“Percorremos um longo caminho e a situação está agora significativamente melhor e é por isso que o mundo está a abrir-se novamente“, referiu o diretor-geral da organização, ao salientar que a melhoria da situação pandémica da Covid-19 se deve às vacinas e aos medicamentos e sobretudo à imunidade vacinal e natural (após a infeção) da população mundial.

“O levantamento da emergência internacional [para Covid-19] está nas nossas mãos. É uma questão de proteger grupos de risco, como as populações idosas e vulneráveis“, sublinhou.

A análise dos critérios para decidir se a Covid-19 vai deixar de ser uma emergência de saúde pública decorrerá em janeiro, na próxima reunião do comité de peritos que desde 2020 se reúne trimestralmente para analisar a evolução da pandemia.

A última reunião decorreu em outubro, tendo a OMS decidido manter a pandemia da Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional, na sequência da recomendação do seu comité de emergência.

Na altura, o comité de peritos considerou que a situação permanecia dinâmica e requeria reavaliações frequentes, tendo em conta o risco de novas variantes do SARS-CoV-2 e a chegada do inverno ao hemisfério norte.

Nesta avaliação, a OMS salientou que, embora as mortes semanais estivessem próximas do valor mais baixo desde o início da pandemia, esse número permanecia ainda alto em comparação com outros vírus respiratórios.