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O Ministério de Defesa da Rússia acusou as forças ucranianas de tentarem atacar uma base aérea no território russo esta segunda-feira. As autoridades alegam que um drone ucraniano foi abatido na região de Saratov, quando se aproximava da base de Engels. A queda dos destroços terá provocado a morte de três pessoas.
Russian sources report second drone attack on Engels air base deep inside Russia. Does Russia have any air defense at all? pic.twitter.com/zxT0vAoQaL
— Maria Avdeeva (@maria_avdv) December 26, 2022
“Como resultado da queda dos destroços de drones, três técnicos russos que estavam no aeródromo morreram. O equipamento de aviação ficou danificado”, revelou o ministério, citado pela agência TASS.
A 26 de dezembro, por volta da 01h35 do horário de Moscovo, um veículo aéreo não tripulado foi abatido enquanto se aproximava da base aérea militar de Engels, na região de Saratov”, indicou a Força Aérea russa.
Este foi o segundo ataque recente à base de Engels, localizada a 600 quilómetros da fronteira com a Ucrânia e a mais de 700 quilómetros de Moscovo. No início deste mês explosões nas bases aéreas de Engels e de Blast, na região de Ryazan, provocaram três mortos e seis feridos.
Os ataques não foram oficialmente reivindicados por Kiev, mas um alto funcionário ucraniano, que falou ao New York Times sob condição de anonimato, confirmou que drones ucranianos foram responsáveis pelo ataque, considerado um dos mais ousados das tropas ucranianas em território russo nos dez meses de guerra.
Segundo o The Guardian, a base aérea, da época soviética, é um local crucial para as operações da Força Aérea russa contra a Ucrânia e também para as Forças Nucleares Estratégicasrussas. A base alberga o regimento de aviação de bombardeiros pesados da Rússia, que inclui os esquadrões estratégicos Tu-95 e Tu-160, cujos mísseis são responsáveis pelos ataques às infraestruturas energéticas na Ucrânia.
Depois da alegada tentativa de ataque à base de Engels, a Rússia garantiu que está a trabalhar “todas as horas do dia” para se defender de ataques aéreos ucranianos feitos com mísseis e drones.
De acordo com a Intefax, citada pela agência Reuters, Moscovo terá novos mísseis hipersónicos. “O desenvolvimento e o fornecimento de toda a gama de armas de aviação, incluindo novos mísseis hipersónicos de cruzeiro, está a ser processado”, referiu um militar russo.
Estas são as “consequência das ações de Moscovo”, diz Força Aérea ucraniana
Da Ucrânia não tem chegado nenhuma confirmação oficial sobre os recentes ataques a bases no interior da Rússia e o desta segunda-feira não foi exceção.
Sem reivindicar a autoria das explosões, a Força Aérea ucraniana sugeriu que pode ser responsável pelo incidente, afirmando que estas são as “consequência das ações de Moscovo” em território ucraniano. “Se os russos pensavam que a guerra não os afetaria, estavam enganados”, referiu o porta-voz Yurii Ihnat, em declarações à televisão estatal esta segunda-feira.
Já em entrevista à Sky News, o coronel recusou comentar o caso. “Tudo o que está relacionado sobre a libertação da Ucrânia e todos os alvos que nos atacam dentro da Ucrânia — como na Crimeia — foram confirmados pelo comando central. Mas em relação às explosões no território russo não vamos comentar”, afirmou.
Apesar das autoridades ucranianas não confirmarem publicamente os ataques militares contra alvos na Rússia, elogiam abertamente as iniciativas bem-sucedidas. O mesmo aconteceu em outubro, quando uma explosão de grandes dimensões atingiu a ponte de Kerch, na península da Crimeia, considerado um dos maiores símbolos da ocupação da Ucrânia.
A Rússia descreveu o caso como um “ataque terrorista” da Ucrânia, que, sem reivindicar, levou a celebração para as redes sociais. Na altura vários altos responsáveis ucranianos festejaram o incidente, destacando a importância simbólica do incidente. Meses depois, o serviço postal ucraniano lançava no Dia da Unidade Nacional russa um selo que retratava a explosão.