Duas explosões ocorridas durante a madrugada desta segunda-feira em duas bases aéreas militares russas provocaram três mortos e oito feridos. O ministério da Defesa da Rússia atribuiu o ataque às forças de Kiev, uma informação que foi confirmada ao New York Times por um alto funcionário ucraniano.

Uma das explosões, inicialmente atribuída a um tanque de combustível, segundo noticiou a Reuters, aconteceu na base de Blast, em Dyagilevo, na região de Ryazan, a menos de 150 quilómetros de da capital russa, Moscovo. Três pessoas morreram e seis ficaram feridas.

A segunda explosão aconteceu na base Engels-2, na região de Sarátov, a sul de Ryazan, e provocou dois feridos. Segundo noticiam os meios de comunicação russos, um drone explodiu na pista, provocando danos nos bombardeiros Tu-95. Ambas as bases albergam os bombardeiros utilizados nos ataques aéreos ao território ucraniano.

Na manhã de 5 de dezembro, o regime de Kiev tentou atacar com veículos aéreos não tripulados de fabrico soviético os aeródromos militares de Dyagilevo, na região de Ryazan e Engels, na região de Sarátov”, refere o Ministério da Defesa russo.

Como resultado da queda e da explosão de destroços dos drones dois aviões ficaram”ligeiramente danificados”, refere o Ministério da Defesa russo, citado pela agência estatal Ria Novosti.

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[Imagens captadas por uma câmara de vigilância que mostram a explosão em Engels:]

Os incidentes estão a ser investigados pelas autoridades russas, informou o governador de Sarátov, Román Busarguín, segundo o El País. Busarguín esclareceu que as explosões não afetaram nenhum edifício e não provocaram “nenhuma emergência nas zonas residenciais” na localidade de Engels.

“Os organismos encarregados de fazer cumprir a lei estão a verificar a informação sobre os incidentes nas instalações militares”, disse, frisando que não existem razões para preocupação.

O Presidente russo, Vladimir Putin, já foi informado sobre as explosões, informou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, de acordo com a TASS.

Alto funcionário ucraniano confirma ataque com drones a duas bases russas

As duas explosões aconteceram horas antes de as sirenes de aviso de ataques aéreos terem disparado em quase toda a Ucrânia. O porta-voz da Força Aérea da Ucrânia apontou que o ataque massivo russo aconteceu logo após a explosão em Engels, mas admitiu a possibilidade de os dois incidentes não estarem ligados, citou a agência de notícias Interfax.

Nas últimas horas, um alto funcionário ucraniano confirmou ao New York Times que drones ucranianos estão por trás do ataque às duas bases militares na Rússia. Este é o ataque mais ousado levado a cabo pelas tropas ucranianas em território russo em nove meses de guerra.

A mesma fonte adiantou que os drones foram lançados a partir do território ucraniano e que pelo menos um dos ataques contou com a colaboração das forças especiais que estão a operar perto da base. O jornal norte-americano aponta que este passo parece mostrar um nova disposição de Kiev para levar a luta às bases no coração da Rússia, demonstrando a capacidade para atacar a distâncias mais longas.

Pelo menos duas duas pessoas morreram nos ataques russos

Os ataques russos desta segunda-feira provocaram explosões em pelo menos cinco regiões ucranianas: Kharkiv, Donetsk, Dnipropetrovsk, Zaporíja e Poltava. De acordo com o The Guardian, os sistemas de defesa anti-aérea conseguiram travar quatro mísseis em Kharkiv, um em Dnipropetrovsk e outro em Poltava. O jornal britânico avançou que foram disparados mais de 100 mísseis em direção ao território ucraniano. Um oficial da câmara municipal de Zaporíjia confirmou que os mísseis atingiram os subúrbios da cidade e que alguns foram intercetados. A região norte de Sumy ficou sem eletricidade.

Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do gabinete presidencial, anunciou que os ataques russos provocaram pelo menos dois mortos na Ucrânia. Não foram adiantados mais detalhes.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuriy Ignat, alertou para a possibilidade de este ter sido o primeiro de vários ataques ao longo desta segunda-feira, que têm como objetivo confundir as tropas da Ucrânia. “Precisamos de nos manter calmos, tomar conta de nós e ir para os abrigos. Não se trata de um treino, os mísseis já foram lançados”, afirmou segundo a Interfax.

“A Federação Russa continua a fazer o que começou a fazer a 10 de outubro — a atingir alvos, sobretudo infraestruturas críticas.”

Atualizado às 22h55