O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, apelou hoje aos portugueses que tenham “esperança e confiança” em 2023 apesar do contexto atual difícil, defendendo que “isto não pode e não vai continuar sempre assim”.

Numa mensagem de Ano Novo hoje divulgada, o secretário-geral dos comunistas, eleito em novembro, quis deixar “a todos os que vivem e trabalham em Portugal, mas também aos portugueses espalhados em todos os cantos do mundo, uma palavra de esperança e de confiança”.

Paulo Raimundo salientou que “são justos os receios que existem” uma vez que “a situação nacional não é boa” e “o quadro internacional é de grande incerteza”, com aumentos “brutais dos preços de tudo e em particular dos bens de primeira necessidade” como o pão, leite, arroz ou a energia.

“E então como, perante esta situação, se pode vir falar de esperança e de confiança? Porque isto não pode e não vai continuar sempre assim. Façamos da injustiça, forças para lutar”, apelou.

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Para o dirigente do PCP, “Portugal não é um país pobre, tem é sido empobrecido”, vincando que “quando a maioria construir a solução, então as soluções responderão aos interesses da maioria”.

O secretário-geral comunista alertou também para a subida das taxas de juro, “que estão a ser um drama para milhares de pessoas com o agravamento brutal das suas prestações do crédito à habitação”.

“Sobe tudo mas os salários, as reformas e as pensões não acompanham essa subida”, lamentou.

Raimundo salientou o facto de, ao mesmo tempo que “mais de dois milhões de pessoas enfrentam a pobreza”, que “mais de 380 mil crianças se encontram em perigo de exclusão social e na pobreza” e que “mais de três milhões de trabalhadores ganham menos de 1.000 euros de salário base, há quem vá enchendo os seus cofres com lucros como há muito não se viam”.

“Perto de quatro mil milhões de euros, é este o resultado dos lucros dos 13 principais grupos económicos nos primeiros nove meses de 2022. É este o grau de desigualdade que existe, é esta a profunda injustiça na vida de todos os dias”, criticou.

Na opinião de Paulo Raimundo, “há meios, há recursos, há vontades e há forças capazes de pôr este país e a vida de cada um a andar para a frente”.

“Nós todos temos a capacidade de abrir este caminho: o caminho de aumentar os salários, as reformas, de garantir os direitos das crianças e dos seus pais, de pôr o país a produzir, do desenvolvimento sustentável com uma aposta nos transportes públicos, na defesa do ambiente, de garantir a todos acesso à habitação condigna, do respeito por quem trabalha, de garantia e investimento no Serviço Nacional de Saúde e na Escola Pública; de maior justiça fiscal e de recuperação de soberania. O caminho de Paz, desenvolvimento, o caminho de uma vida melhor”, rematou.