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O Presidente russo, Vladimir Putin, convidou o homólogo chinês, Xi Jinping, a visitar Moscovo no próximo ano, numa conversa onde os dois líderes prometeram aprofundar a cooperação bilateral.

Durante uma videochamada com Xi Jinping, Putin afirmou que as ligações da Rússia com a China são as “melhores da história”, destacando que “resistem dignamente a todos os testes, demonstram maturidade e estabilidade e continuam a expandir-se dinamicamente”. Expressou o desejo de receber o homólogo na próxima primavera, uma visita que irá demonstrar a todo o mundo a “força dos laços russos-chineses nas questões chave”.

“Esperamo-lo, caro Presidente, querido amigo, na próxima primavera para uma visita de estado a Moscovo”, disse o Presidente russo.

A chamada durou apenas oito minutos, sendo transmitida na televisão estatal russa. Putin aproveitou ainda para dizer ao homólogo que pretende “reforçar a cooperação entre as Forças Armadas da Rússia e da China”, uma informação que, segundo a Reuters, foi omitida pela emissora estatal chinesa (CCTV) na cobertura da conversa.

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Sem mencionar a guerra na Ucrânia, Putin destacou que partilha com Xi Jinping as mesmas visões sobre a transformação geopolítica do cenário global. “No contexto de pressões e provocações sem precedentes do Ocidente, estamos a defender as nossas posições de princípio“, sublinhou o líder russo.

Da parte do Presidente chinês não chegou uma resposta ao convite para visitar Moscovo. Xi Jinping preferiu dizer apenas que o seu país está pronto para aumentar a cooperação estratégica com a Rússia, naquela que é “uma situação difícil” no mundo.

O chefe de Estado chinês disse ainda que Pequim e Moscovo devem coordenar e cooperar nos assuntos externos, enfatizando a disposição russa para envolver-se em negociações sobre a guerra na Ucrânia.

Sobre o conflito, Xi Jinping garantiu que o país vai manter uma posição “objetiva e justa”, acrescentando que o caminho para as negociações de paz “não será suave”.

O encontro virtual entre os líderes acontece numa altura crítica para os dois países. A Rússia está concentrada numa investida aérea de grandes dimensões contra a Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, tem como objetivo realizar um ataque à rede elétrica e causar um apagão nacional no fim do ano. Além disso, Moscovo vê-se cada vez mais isolado e continua a ser alvo de sanções do Ocidente devido à invasão.

A China, por sua vez, enquanto insiste que “está ansiosa para que [a guerra] termine” — palavras de Yun Sun, diretor do programa chinês no think tank norte-americano Stimson Center — está a travar as suas próprias batalhas: o país está a braços com uma nova vaga de Covid-19, consequência do desconfinamento autorizado nos últimos dias.

Na sequência da conversa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o diálogo entre os dois líderes foi “substantivo” e “construtivo”, mas que não há uma data definida sobre a eventual visita de Xi Jinping.