José Cardoso, conselheiro nacional da Iniciativa Liberal e um dos nomes mais críticos da direção de João Cotrim Figueiredo, é candidato à presidência do partido e junta-se a uma corrida que já contava com dois nomes, Carla Castro e Rui Rocha. Com uma novidade de última hora, a IL prepara-se para uma ida às urnas com mais uma opção e com a proposta de uma “Alternativa Liberal”, o mote da lista do novo candidato.
José Cardoso é gestor, natural de Lisboa, está no partido desde 2019 e é conselheiro nacional há três anos. O liberal decidiu encabeçar uma lista para que haja uma “alternativa vencedora, verdadeiramente liberal”, que rejeite “inevitabilidades e unanimismos” e considera fundamental que haja um debate entre todas as listas candidatas à Comissão Executiva.
Até este momento, o liberal já tinha encabeçado uma lista ao Conselho Nacional, em 2020, quando conseguiu eleger dez conselheiros, e era o rosto mais conhecido de um projeto intitulado “Dar Voz ao Liberalismo” e que se mantém com candidaturas da Lista D aos diversos órgãos do partido — Conselho Nacional, Conselho de Jurisdição e Conselho de Fiscalização.
José Cardoso foi, ao longo dos últimos anos, um dos nomes mais críticos da direção de João Cotrim Figueiredo, nomeadamente com queixas de falta de democracia interna. Em maio de 2022, depois de o Conselho Nacional ter recusado a discussão de um dos pontos que estava na Ordem de Trabalhos e que pressupunha a “avaliação dos órgãos executivos, Comissão Executiva e Núcleos Territoriais”, o conselheiro nacional referiu que “é um gesto muito pouco liberal não se aceitar o debate sobre um tema, independentemente de agradar ou não” e criticou o facto de, na sua opinião, “não existir um método para se fazer um escrutínio”.
Agora, depois da saída inesperada de Cotrim Figueiredo, José Cardoso considera ter condições para entrar numa corrida que já conta com dois deputados e dois membros da Comissão Executiva demissionária, Carla Castro e Rui Rocha, e acredita que a lista que encabeça é “porta-voz de uma maioria silenciosa que não desiste de ter um partido verdadeiramente liberal”.
“Viemos para apresentar a melhor estratégia. Viemos para ganhar estas eleições. Apelamos aos membros que se inscrevam na Convenção, de forma presencial ou remota, até à próxima sexta feira”, sublinhou José Cardoso, frisando que os membros da lista serão “fonte de ideias, de compromissos e de defesa da liberdade”.
José Cardoso, no vídeo enviado aos membros da Iniciativa Liberal e ao qual o Observador teve acesso, apresenta-se como detentor de uma “visão alternativa à vigente e às que se têm vindo a apresentar como candidatas à Comissão Executiva”, uma lista em que se rejeita o “clima de inevitabilidade em que parece que o partido está a cair”.
“Quando entrei na IL havia o hábito de se dizer ‘parabéns pela iniciativa’ e parece-me que estamos a perder um pouco isso e pedir às pessoas que aceitem tudo o que se passa como inevitável”, recordou, pedindo “mais compromisso” também para que os membros possam conhecer as diferenças entre candidatos.
O conselheiro nacional pretende ainda que seja feito um “debate interno sem a presença da comunicação social para que não se fique pela rama e pela superficialidade e para que se possa debater o partido de forma séria e para que se possam comparar as diferentes visões”.
Mais do que isso, José Cardoso anunciou ainda que irá insistir na ideia de necessidade de segunda volta para eleger o presidente do partido, realçando que irá apresentar uma proposta de regimento alternativo no início da Convenção.
A candidatura é anunciada na semana em que termina o prazo para a entrega de listas candidatas aos órgãos do partido e, até ao momento, a Iniciativa Liberal conta com três candidatos à Comissão Executiva que irão a votos na Convenção marcada para os dias 21 e 22 de janeiro, em Lisboa.
