No primeiro jogo depois do Mundial, o AC Milan de Rafael Leão bateu a Salernitana por 2-1. Se o português vinha com um amargo de boca da competição de seleções de onde Portugal saiu cedo, o avançado descobriu de novo consolo em Itália.

A atenção do encontro estava virada para outra figura. O guarda-redes Guillermo Ochoa vive associado à ideia de que só dá nas vistas em Campeonatos do Mundo. Contrariando a ideia, o mexicano recebeu de Itália um convite para se manter na ribalta por mais tempo. “Escolhi o Salernitana porque me deram a oportunidade de jogar de imediato na continuidade do Mundial do Qatar”, afirmou na apresentação.

Ochoa deixou o América do México e rumou à Liga Italiana que diz ser “o melhor campeonato”. O guarda-redes destacou alguns nomes que podiam ser uma ameaça às redes que defende. “Quem são os atacantes da Serie A que eu mais temo? Respeito todos, mas não tenho medo de ninguém. Aqui, todos os atacantes têm grandes qualidades. Começaremos com o AC Milan de Giroud e Rafael Leão. O Inter tem Lautaro Martínez. Também conheço bem o Milik da Juventus. Não posso deixar de citar o Lozano que é meu companheiro de seleção”.

A Salernitana recebeu no Estádio Arechi o AC Milan em partida a contra para a 16.ª jornada. Na estreia ao serviço do clube, Ochoa teve logo pela frente dois dos motivos dos seus anseios: Rafael Leão e Giroud. O português, titular nos rossoneri, não foi nada contemplativo com o recém-chegado e apresentou-lhe os motivos para que o tivesse referenciado como um dos mais perigosos do campeonato. Não estavam decorridos dez minutos e o internacional português já tinha feito a cabeça em água duas vezes ao guarda-redes, uma delas com efeitos práticos no resultado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Se, à primeira, Ochoa conseguiu ser oposição à altura para Leão (6′) quando o avançado usou uma manobra de calcanhar para mudar de direção e furar entre dois defesas, o mesmo não aconteceu na segunda tentativa do jogador formado no Sporting. O extremo atacou a profundidade e foi descoberto por Tonali num momento em que era o médio a dar largura à equipa. Rafael Leão (10′) seguiu para a baliza e bateu o mexicano que nada pôde fazer para impedir o primeiro golo. Ochoa até saiu da baliza para desviar Leão de uma zona de finalização confortável, mas o melhor jogador da Serie A na temporada passada deu, com o pé esquerdo, uma trajetória à bola que a levou até ao fundo das redes.

O AC Milan tinha o trabalho adiantado para garantir um vitória importante. Os atuais campeões italianos encontram-se no segundo lugar da classificação, mas a conquista dos três pontos em Salerno podia ser importante, uma vez que o líder Nápoles vai defrontar o Inter e um deslize em Milão pode ser benéfico para a equipa de Stefano Pioli.

No entanto, o técnico desvalorizou esse aspeto. “Estamos apenas a correr contra nós mesmos. O Inter-Nápoles é importante, mas não decisivo. É disso que precisamos para começar bem”, garantiu o técnico. Melhor entrada era impossível. À passagem do primeiro quarto de hora, Tonali (15′), numa recarga a um remate seu que surgiu de uma jogada de Leão na esquerda, o médio aproveitou a (segunda) oportunidade para alargar o conforto.

Os rossoneri conseguiam encontrar muito espaço para entre linhas para que Brahim Díaz, em particular evidência, Alexis Saelemaekers e Giroud desenvolverem um futebol apoiado. À esquerda, Rafael Leão tinha espaço para apostar em lances individuiais, mas com lucidez para, quando era defendido em dois contra um, libertar a bola e encontrar jogadores livres. Do lado da Selernitana, que não contou com Candreva devido a castigo, Boulaye Dia, que esteve em destaque no Mundial e regressou em força, e Bradaric apareceram com qualidade na partida.

Mesmo que Diza (23′) tenha combinado com Sambia e Piatek para a melhor jogada da Salernitana no encontro e tenha ameaçado a baliza de Tatarusanu, o domínio do AC Milan nunca esteve em causa. Aliás, ocasiões não faltaram a Giroud (32′, 48′ e 49′) para fazer o gosto ao pé. O conjunto de Milão chegou a celebrar o terceiro golo, mas um VAR detetou um fora de jogo, anulando um tento (58′) cuja autoria foi disputada por Tomori e Brahim Díaz, o que resultou numa imagem animada. VAR que voltaria a intervir para reverter um vermelho direto a Bradaric.

Os últimos minutos foram animados pelo golo da Salernitana. Aos 83 minutos, Bonazzoli recebeu um cruzamento de Coulibaly. Ainda assim, o jogo terminaria 2-1, uma derrota que, apesar de alimentar um ciclo de quatro jogos sem ganhar, não tem consequências de maior para a equipa treinada por Davide Nicola. O AC Milan fica a torcer pelo rival Inter na esperança de encurtar os oito pontos de desvantagem para o primeiro lugar.