Harry afirma no seu livro de memórias ter sido agredido pelo irmão William durante uma discussão acesa sobre o seu relacionamento com Meghan Markle e os problemas com a imprensa. De acordo com o The Guardian, que teve acesso a uma cópia adiantada da autobiografia, o agora Príncipe de Gales terá descrito Meghan como “difícil”, “rude” e “abrasiva”, um discurso que o duque de Sussex descreve como uma repetição dos argumentos dos media.

O incidente aconteceu em Nottingham Cottage, uma casa no terreno do Kensington Palace onde Harry vivia. William terá dito ao irmão que queria falar com ele sobre a “catástrofe” desencadeada pelo seu relacionamento com Meghan. O príncipe terá chegado irritado a Nottingham Cottage, com Harry a acusá-lo de repetir os argumentos da imprensa e de se comportar como um herdeiro e não como irmão mais velho, sendo incapaz de compreender que Harry não queria permanecer “na sombra”.

Segundo relata o The Guardian, terão sido trocados insultos entre os dois irmãos. William terá dito que estava apenas a tentar ajudar, o que Harry terá desvalorizado, o que terá deixado o irmão ainda mais zangado. William ter-se-á aproximado de Harry enquanto gritava, o que terá assustado o duque de Sussex, que se deslocou para a cozinha. O filho mais novo de Carlos e Diana terá dado um copo de água ao irmão, dizendo-lhe que não podia conversar com ele quando ele estava “assim”.

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“Ele pousou o copo, chamou-me outro nome, depois atirou-se a mim. Tudo aconteceu depressa. Muito depressa. Agarrou-me pelo colarinho, arrancou o meu colar e atirou-me ao chão. Caí em cima da tigela do cão, que se partiu em pedaços debaixo das minhas costas, cortando-me. Fiquei ali estendido por um momento, confuso, depois levantei-me e disse-lhe para sair”, relatou Harry, citado pelo jornal britânico.

William, que se terá arrependido de ter atacado o irmão e pedido desculpa, terá dito a Harry que este não precisava de contar a Meghan o que se tinha passado. “Queres dizer que não preciso de lhe dizer que me atacaste?”, questionou. “Não te ataquei, Harold”, terá respondido o irmão. Quando Harry relatou a Meghan, com quem casou em 2018, o que tinha acontecido, após ela ter reparado nos “arranhões e nódoas negras” nas suas costas, a duquesa não terá ficado surpreendida ou chateada, mas “muito triste”.

Contactado pela BBC, o Kensington Palace disse que “não tinha comentários a fazer”. Já o Buckingham Palace respondeu à BBC que não iria comentar.

Harry diz que William e Kate o incentivaram a usar uniforme nazi em festa temática em 2005

Num outro excerto do livro de memórias a que a Page Six teve acesso, Harry insinuou que decidiu usar um uniforme nazi numa festa com tema colonial em 2005 após uma chamada telefónica com William e Kate, que se riram da sua escolha. O príncipe descreveu o incidente, que fez na altura manchete na capa dos tabloides ingleses, como “um dos maiores erros” da sua vida.

Segundo a Page Six, Harry estaria indeciso entre usar o uniforme nazi ou um uniforme de um piloto. “Telefonei ao Willy e à Kate, perguntei-lhes o que pensavam. O uniforme nazi, disseram.” Quando lhes mostrou o fato, “riram-se”, afirmando que era “pior” que a máscara de William, que se mascarou de leão. “Muito mais ridículo! O que, mais uma vez, era o objetivo”, escreveu o príncipe.

Memórias do príncipe Harry com medidas de segurança semelhante ao lançamento do último Harry Potter

Príncipe revela que consumiu cocaína “algumas vezes” durante a adolescência

As revelações bombásticas não ficam por aqui. De acordo com o Daily Mail, o Duque de Sussex revela ainda, numa outra passagem do livro, que experimentou cocaína “algumas vezes” durante a adolescência.

O príncipe justifica o comportamento com a vontade de se rebelar contra o sistema e as normas restritivas da realeza. A primeira vez, diz, terá sido numa caçada de fim-de-semana quando tinha 17 anos. “Não foi lá muito divertido, e não me fez sentir feliz como parecia fazer aos outros, mas fez-me sentir diferente, e era esse o meu principal objetivo. Sentir alguma coisa, ser diferente.” Além de cocaína, conta que terá ainda fumado canábis.

Os seus hábitos não terão passado despercebidos à família real. Harry relata que, durante o Jubileu de Ouro de Isabel II em 2002, no qual foi confrontado com o seu consumo de drogas por um funcionário da Casa Real; nessa reunião terá mentido, dizendo que nunca experimentou drogas, contrariando as revelações feitas agora.

O livro de memórias de Harry, Na Sombra, chega às livrarias na terça-feira. A publicação envolve apertadas medidas de segurança que, de acordo com o The Times, são semelhantes às tomadas durante os lançamentos dos livros da saga Harry Potter. Tanto num como noutro caso, estas não impediram a divulgação de pormenores, como os publicados esta quinta-feira pelo The Guardian e Page Six.

Na Sombra será publicado em Portugal também na terça-feira, pela editora Objectiva.