O primeiro-ministro da Austrália pediu esta quinta-feira à Papua-Nova Guiné que “conclua rapidamente” um novo acordo bilateral de segurança para limitar a influência chinesa no oceano Pacífico.

Um tratado baseado no aprofundamento da confiança“, afirmou Anthony Albanese, num pedido “à família” do Pacífico, no primeiro discurso de um chefe de governo estrangeiro ao parlamento de Papua-Nova Guiné, uma pequena nação rica em recursos.

Em resposta, o primeiro-ministro da Papua-Nova Guiné, James Marape, disse que os dois líderes se encontrariam ainda esta quinta-feira para discutir, entre outros assuntos, o “apoio ao setor de segurança e justiça, incluindo intercâmbio policial e militar“.

Marape disse que a segurança de ambos os países está interligada e defendeu que a Austrália é mais do que apenas um parceiro bilateral da Papua-Nova Guiné, onde o primeiro-ministro australiano iniciou uma visita de dois dias.

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A Austrália tem um relacionamento de longa data, particularmente em questões de defesa, com a Papua-Nova Guiné, um antigo território australiano que se tornou independente em 1975.

A Papua-Nova Guiné, com uma população de dez milhões de habitantes, é o maior destinatário da ajuda australiana. Em 2023, esta ajuda deverá atingir 480 milhões de dólares australianos (cerca de 310 milhões de euros), de acordo com o orçamento de Camberra.

Desde a eleição em maio, o governo de centro-esquerda da Austrália tem tentado reaproximar-se dos vizinhos do Pacífico.

Antes, em abril do ano passado, as Ilhas Salomão tinham assinado um pacto de segurança com Pequim, o que suscitou preocupação nos Estados Unidos, na Austrália e na Nova Zelândia.

Estes países alegaram que a China pode usar aquele pacto para estabelecer uma base militar no país, algo que o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, negou repetidamente.

No final de maio, o então ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Yi realizou uma viagem de dez dias pelo Pacífico e assinou vários acordos bilaterais, embora não tenha conseguido fechar um plano multilateral com a região.

Este plano, que Pequim procurou assinar com Salomão, Kiribati, Samoa, Fiji, Tonga, Vanuatu, Papua-Nova Guiné, Ilhas Cook, Niue e os Estados Federados da Micronésia inclui o acesso a recursos marítimos e pesqueiros, bem como o possível envio de forças de segurança, entre outras matérias.

Austrália e Estados Unidos já alertaram para o crescimento da hegemonia da China, que também preocupa outras nações que mantêm uma aliança com Taiwan, como Palau, Tuvalu, Ilhas Marshall e Nauru.

Austrália, Reino Unido e Estados Unidos celebraram também um pacto de segurança, Aukus, na zona do Indo-Pacífico, que visa combater a influência da China.