Uma vitória pela margem mínima frente ao Bolonha que acabou com a série de dois jogos sem ganhar que vinha do período antes do Mundial, um empate arrancado nos descontos em San Siro após a desvantagem de dois golos diante do campeão AC Milan, mais um triunfo carimbado pelo campeão mundial Dybala com o Génova que colocou a equipa nos quartos da Taça de Itália. Dificilmente José Mourinho, que entrava em 2023 a ter de cumprir duas partidas de castigo pela expulsão no jogo com o Torino em novembro, poderia pedir melhor entrada no novo ano. Um ano onde está a ser figura pelos mais variados motivos.

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Primeiro, a ligação à Seleção Nacional depois da rescisão de Fernando Santos no seguimento do Mundial do Qatar. Depois, o interesse da Confederação Brasileira de Futebol em contar com o português para suceder a Tite no comando dos pentacampeões mundiais. Pelo meio, elogios e críticas de antigos jogadores e demais pessoas que se foram cruzando na vida do técnico com mais de duas décadas de carreira só como técnico principal. Aos poucos, as peças foram sendo desconstruídas. Brasil, riscado. Portugal, riscado. Roma, a 100%. E foi nesse caminho que Roberto Martínez foi anunciado pela Federação Portuguesa de Futebol, sendo o terceiro estrangeiro a comandar a Seleção após Otto Glória e Luiz Felipe Scolari.

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“O novo selecionador teria de ser ambicioso, conhecedor do futebol internacional, habituado a treinar jogadores ao mais alto nível, com experiência nos grandes campeonatos e idealmente também nas seleções. Na construção deste perfil, nunca foi relevante o local de nascimento. Somos uma Seleção formada por jogadores que, na sua grande maioria, atua, atuou ou vai atuar em diferentes países e campeonatos”, destacou Fernando Gomes, líder da FPF, no discurso de apresentação. “O que me interessou foi definir o perfil. Nesta pesquisa falámos com muita gente, falo com a generalidade de treinadores portugueses. A única proposta concreta foi a Roberto Martínez”, garantiu em resposta a uma questão.

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O assunto parecia encerrado e as atenções viravam-se até para Riade, onde o espanhol teve oportunidade de falar com William Carvalho, Thierry Correia e André Almeida (todos envolvidos na Supertaça de Espanha com Betis e Valencia) além do capitão da Seleção, Cristiano Ronaldo, agora jogador do Al Nassr. No entanto, e para José Mourinho, havia ainda uma porta aberta. E o período depois desse triunfo frente ao Génova foi uma janela de oportunidade para comentar também as declarações do próprio Fernando Gomes.

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“Hoje posso falar-vos de algo que provavelmente não vos vai interessar, mas aproveito esta oportunidade para agradecer ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol [Fernando Gomes], porque o que ele me disse deixa-me orgulhoso. O facto de ter dito que eu não era a sua primeira escolha mas sim a única escolha deixa-me orgulhoso. Mas decidi não ir. Estou aqui e é isso que importa”, comentou o treinador português, em declarações citadas pelo jornal desportivo italiano Gazzetta dello Sport.