O central português Miguel Martins encara “como uma final” o jogo de segunda-feira com a Hungria, para a última jornada do Grupo D do Mundial de andebol, no qual irá defrontar colegas de equipa no Pick Szeged.
Miguel Martins, de 25 anos, considera que a vitória sobre a Coreia do Sul deu motivação e realçou a importância de Portugal vencer a Hungria para conseguir passar à fase principal com dois pontos (descartam os pontos averbados com o último classificado) e poder assim chegar mais longe na prova.
“O jogo com a Hungria vai ser muito difícil e temos que o encarar como uma final, porque perdendo podemos não conseguir chegar mais adiante na ‘main round’ [fase principal]”, adianta Miguel Martins na antevisão do encontro.
O central refere que o jogo de segunda-feira “vai ser muito difícil”, dado que a seleção húngara, “depois de ganhar à Islândia, vai fazer tudo para vencer este jogo e passar à fase seguinte com quatro pontos, para poder chegar mais à frente”.
“Nós também já estamos a pensar nisso e também queremos chegar ainda mais longe do que a ‘main round’ e fazer algo grande pelo andebol português”, afirma Miguel Martins, recordando que o objetivo previamente traçado é superar o 10.º lugar de 2021.
O jogador recorda ainda que Portugal e Hungria “são duas equipas que têm um pouco o ego ferido do Euro2022”, porque foram eliminadas precocemente na fase de grupos, que partilharam em Budapeste, juntamente com a Islândia e Países Baixos.
“A Hungria tem um estilo de jogo completamente diferente do da Coreia do Sul”, refere Miguel Martins, explicando que a seleção asiática tem jogadores muito rápidos e uma defesa subida a cortar linhas de passe e a dificultar a construção do jogo do adversário.
Já a Hungria, de acordo com o jogador, “possui jogadores muito fortes, com bastantes quilos, uma defesa que não vai sair dos seis metros e que irá obrigar a seleção portuguesa a atirar de fora”.
“Eu acho que o segredo estará na nossa defesa. Conseguir defender o ataque deles, anular o pivô e travar os remates de primeira linha dos laterais esquerdo, que são os que atiram melhor, e fazer contra-ataque”, explicou o central.
Miguel Martins defende ainda que, depois de dois jogos a utilizar quase sempre os mesmos jogadores, a Hungria poderá estar mais cansada no terceiro jogo e disso poderá tirar partido Portugal para explorar a velocidade e o contra-ataque.
“Temos que pensar primeiro em ganhar o jogo e depois no ‘goal-average’ [diferença de golos], que pode ser importante se conseguirmos ganhar por sete ou mais. Apesar de ser um resultado difícil, tentaremos fazê-lo”, acrescenta.
Miguel Martins abordou ainda o regresso do selecionador Paulo Jorge Pereira ao banco da seleção das ‘quinas’, após cumprir dois jogos de castigo, considerando que “será sempre melhor para a equipa”.
“Temos que estar mais unidos, ajudar o treinador e fazer o máximo possível para ganhar o jogo”, adianta o central, que irá encontrar no jogo com a Hungria colegas de equipa no Pick Szeged.
Miguel Martins refere que “há sempre conversas” entre eles, mas há “uma competição saudável”, dado que ambos os lados querem ganhar e “há sempre jogos psicológicos” e “provocações” ou “simples apostas de jantares pagos pelos perdedores”.
“Tanto eles como eu sabemos as melhores qualidades de cada um. Conhecem-me muito bem e eu também os conheço e aquilo que posso fazer é tentar transmitir informação aos meus colegas sobre as características de cada um e tentar ajudar Portugal a chegar o mais longe possível”, disse.
O Grupo D da fase preliminar fecha na segunda-feira com os jogos Portugal-Hungria e Coreia do Sul-Islândia, na Kristianstad Arena. As três seleções mais bem posicionadas passam à fase seguinte.
O Campeonato do Mundo decorre até 29 de janeiro, na Suécia e na Polónia, sendo que o grupo de Portugal na ‘main round’, caso a seleção lusa confirme na segunda-feira o apuramento, será disputado em Gotemburgo.