Depois de obrigar os fabricantes de automóveis a trocar os motores de combustão por eléctricos a partir de 2035, a pressão dos reguladores centra-se agora sobre as indústrias aeronáutica e marítima para que também reduzam as emissões poluentes e de CO2. Em relação aos navios, há várias tecnologias disponíveis e se umas se adaptam melhor às embarcações de elevado deslocamento e concebidas para longas distâncias, os ferries, mais ligeiros e talhados para distâncias mais curtas, têm nos motores eléctricos alimentados por bateria a opção mais competitiva.
Um exemplo vem deste ferry que, segundo o armador, pretende tornar-se na maior embarcação eléctrica desta bitola. Concebido pela Revolution Design e construído pela Incat, este catamarã tem a capacidade de acomodar no seu interior 2100 passageiros e 226 veículos. E, com esta carga, tem de assegurar uma velocidade máxima de 25 nós (o equivalente a 46 km/h) e uma autonomia de 100 milhas náuticas (aproximadamente 185 km).
Para se deslocar, este ferry com 148 metros de bitola monta dois motores eléctricos, alimentados por 400 toneladas de baterias. Apesar do imenso peso dos acumuladores, o estaleiro afirma que ao retirar do ferry os motores diesel e os respectivos acessórios e depósitos, o ferry eléctrico acabará por ser 100 toneladas mais leve do que uma versão convencional alimentada a gasóleo.
A Organização Marítima Internacional pretende reduzir as emissões de CO2 do transporte marítimo em 30% até 2025, para depois atingir 40% em 2030. Um ferry destas dimensões tem a capacidade de poupar anualmente mais de 2000 toneladas de CO2.