Rafael Corte Real, antigo membro da comissão executiva de João Cotrim Figueiredo e apoiante de Carla Castro, considera que, “se Rui Rocha ganhar as eleições, não terá condições para ser politicamente respeitado”. “Não me recordo de, alguma vez na democracia portuguesa, em partidos democráticos, um líder afastar-se e estar no próprio dia a apoiar a candidatura de outro membro.”

Em entrevista ao Observador, durante a VII Convenção da Iniciativa Liberal, defende ser “indisfarçável” que houve uma tentativa de condicionar a sucessão de João Cotrim Figueiredo. “Só mesmo quem tiver muita lata é que pode dizer que isto não foi combinado. E acho que mesmo o Rui não merecia isso.”

“Tenho a convicção profunda que Carla Castro é muito mais líder da oposição. Tem condições para levar a IL para outro patamar”, continuou Rafael Corte Real. “Apresentou uma equipa renovada, para trazer um novo fôlego à IL. Contrariamente ao Rui Rocha, que replica grande parte da equipa, da cultura, da estratégia e das ideias. Rui Rocha seria um bom líder da Iniciativa Liberal para aqueles que querem um partido de protesto.”

Corte Real entende ainda que Cotrim Figueiredo “foi um grande líder, mas não soube sair”. E afasta qualquer comparação com o CDS e com a eventual morte do partido. “É politicamente hábil [fazer essa comparação]. Foi um truque giro mas não tenho grande contacto com a realidade”, rematou.

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