Podia ser Max Verstappen-Lewis Hamilton, sobretudo pela luta que tiveram literalmente até final pelo título de 2021 que acabou por cair para o lado do neerlandês em Abu Dhabi. Podia ser Max Verstappen-Charles Leclerc, neste caso pelo longo historial de duelos a fazer faísca que têm desde que eram adolescentes. No entanto, e olhando para uma Fórmula 1 que na última época acabou por ter menos competitividade do que esperado perante o domínio do piloto da Red Bull, se existe uma grande rivalidade na modalidade é entre os diretores de duas das três principais três equipas, a Red Bull e a Mercedes. E se o campeonato de 2023 vai apenas começar no primeiro fim de semana de março no Bahrain, a “luta” pelo topo já começou.
Com ou sem Lewis Hamilton a ser campeão, a equipa alemã conseguiu um longo reinado de oito anos a ser campeã de construtores. O britânico ganhou seis títulos, Nico Rosberg alcançou também um e Verstappen quebrou essa série em 2021 mas a Mercedes ganhava sempre, fosse a vantagem maior ou mais curta. Na última temporada, tudo mudou. À partida porque a Red Bull dominou por completo, ganhando o Mundial de construtores como não acontecia desde 2013 com mais de 200 pontos de avanço. Depois porque a Ferrari conseguiu melhorar apesar de vários erros crassos em momentos importantes, assegurando a segunda posição com mais 39 pontos do que a Mercedes. Agora, a escuderia germânica aposta na redenção. E o principal alvo além do desenvolvimento do próprio monolugar é claramente a formação austríaca.
“Chris Horner? Estou a viver na cabeça dele sem pagar aluguer, o tipo está obcecado comigo. Mas cada segundo que passe a falar dele é um segundo de tempo perdido na minha vida”, atirou numa entrevista de fundo ao The Times que promete ser apenas mais um capítulo de uma rivalidade que deverá marcar a próxima época de Fórmula 1, onde se espera que a Mercedes consiga reaproximar-se da Red Bull.
“O que correu mal em 2022? Entendemos a física de forma errada. Não é um mito. Interpretámos mal alguns dos regulamentos. Colocámos muito ênfase em procurar rendimento num carro que era para rodar no chão, mais baixos, mas não se pode rodar tão baixo porque estava a bater no chão. Tivemos de levantar o carro, o que mudou as coisas mais uma vez. Parece uma explicação trivial mas é a realidade. Tivemos a sorte de ganhar oito Mundiais de construtores seguidos, algo que nunca tinha acontecido, e isso deve-se ao facto de termos pessoas capacitadas. Se me começasse a intrometer em decisões técnicas depois de termos feito esta série seria um pouco estranho”, resumiu sobre a última temporada falhada da Mercedes.
“Mercedes e Hamilton? O período depois do Grande Prémio de Abu Dhabi em 2021 foi extremamente difícil porque lhe dei tudo e estava mesmo perto de conseguir uma grande façanha. Estamos juntos há muitos anos, falamos com a maior frequência possível. Uma das coisas mais difíceis no desporto é processar a deceção e é nesse momento que a equipa tem de mostrar-se. Balanço na Fórmula 1? Tenho grandes momentos, amo esta equipa e este desafio, mas o que mais amo é a minha família”, destacou ainda Wolff.
Também o piloto britânico, em entrevista ao portal neerlandês Formule1.nl, mostrou confiança na redenção para o Mundial de 2023. “Pode falar-se do que se passou no ano passado mas como equipa demos a volta mais resistentes e mais decididos. Queríamos devolver o golpe depois de 2021. É daí que vem o nosso impulso. A determinado momento pensei ‘Deus, realmente não posso lutar pelo título com este carro’. Creio que começámos o ano com um carro que não queríamos e acabámos com um carro que também não queríamos. Basicamente ficámos preso no carro”, comentou Lewis Hamilton a esse propósito.