O Suzuki Jimny, o popular jipe que conquistou uma legião de fãs por combinar excelentes aptidões fora de estrada com um preço acessível, acabou por ser vítima de motorizações desajustadas para as exigências europeias, em termos de emissões. Ainda assim, a marca nipónica não cruzou os braços e, há poucos dias, apresentou uma variante maior com cinco portas que, ao que tudo indica, não virá para a Europa pelo mesmo motivo. Para o Velho Continente, os planos do construtor são outros: até 2030, a Suzuki vai lançar cinco modelos exclusivamente a bateria, estando desde já confirmado que um deles será o Jimny.
Nada mais se sabe acerca do sucessor eléctrico do pequeno jipe, com a marca a manter a comunicação social completamente às escuras, pois a única informação adicional surgiu na forma de um diapositivo com cinco modelos a negro, só permitindo descortinar a silhueta e a assinatura luminosa de cada um desses veículos. O primeiro desse quinteto vai surgir já no próximo ano ou… talvez não. Isto porque a introdução do novo eléctrico está programada para o ano fiscal (FY, de fiscal year) de 2024, que não corresponde ao nosso ano civil, indo de 1 de Abril de 2024 até 31 de Março de 2025. Curiosamente, está previsto que a versão de série do eVX, o SUV eléctrico compacto que a Suzuki mostrou como concept no Salão da Índia, passe de protótipo a modelo de produção em 2025…
Coincidências à parte, a estratégia da Suzuki para a Europa assenta no lançamento de cinco veículos puramente eléctricos até 2030, ano em que a marca estima que 80% das suas vendas no Velho Continente serão de modelos a bateria, com os restantes 20% a corresponderem a híbridos não recarregáveis (HEV). Cenário completamente distinto para o Japão e para a Índia, mercados onde a marca lançará seis novos BEV, pese embora não espere vir a alcançar uma meta próxima da europeia, com respectivamente 20 e 15% de quota para os eléctricos nesses mercados.
Para sustentar as suas ambições de crescimento, a Suzuki anunciou que vai investir cerca de 31 mil milhões de euros até 2030. Mas a verba alocada à electrificação nem chega a metade: 14 mil milhões destinam-se à concepção e desenvolvimento de modelos a bateria e, dessa fatia, 3,5 mil milhões de euros estão reservados ao desenvolvimento e produção de acumuladores.
A estratégia agora apresentada assume que a cooperação com a Toyota vai ser reforçada, em particular no domínio dos veículos autónomos e nos eléctricos a bateria.