A reavaliação do estatuto de utilidade turística da WoW (World of Wine) — concedido com a assinatura da ex-secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, que quando saiu do governo anunciou que iria juntar-se a este grupo turístico (entretanto desistiu) — continua, mas os primeiros indícios dão conta de que os critérios aferidos para essa atribuição foram respeitados.

A atribuição do estatuto concede à WoW benefícios fiscais e, por isso, depois de Rita Marques ter anunciado que iria trabalhar para o grupo, António Costa decretou a reavaliação desse estatuto à WoW. Agora, Costa Silva diz ao Público as primeiras conclusões, na véspera de ir ao Parlamento para uma audição sobre política do ministério.

Em entrevista ao Público, o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, avança que “todos os indícios que tenho recolhido até aqui apontam que os procedimentos foram todos verificados. Não há nenhuma irregularidade, mas espero nos próximos dias que esse parecer seja tornado público”.

World of Wine teve benefícios fiscais de 266 mil euros em dois anos em que Rita Marques foi secretária de Estado do Turismo

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Segundo Costa Silva, o Governo anterior atribuiu o estatuto de utilidade turística a 70 casos e no atual Executivo já aconteceu em cinco casos.

O ministro da Economia ainda deixa uma opinião sobre o anúncio de que Rita Marques iria para o WoW. “Sabemos claramente quando exercemos estas funções que temos pelo menos três anos, que é o período chamado de nojo, em que não podemos de forma alguma estar envolvidos com organizações que tiveram interação connosco”, o que classifica de “extremamente importante”, para voltar a apontar o dedo à suspeição generalizada.

Esta já tinha sido a sua mensagem numa audição parlamentar em que declarou: “Todos os cidadãos podem ser investigados, não acolhe nada em termos de culpabilidade, o secretário de Estado não foi arguido nem acusado. É um pessoa dedicada à causa pública. Tem todas as condições. Fico muito triste com um país que tem uma cultura de suspeição generalizada sobre tudo e sobre todos. As pessoas são decentes. Devemos defender a decência.” A declaração foi proferida, então, a propósito do seu secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, investigado por suposta violação de contratação pública quando era presidente da câmara de Viana do Castelo.

Costa Silva: “Fico muito triste com um país que tem uma cultura de suspeição generalizada sobre tudo e todos”