A rivalidade das rosas entre Leeds e Manchester United tem origem em eventos que datam do século XV. Foram 30 anos de batalhas na luta pelo poder inglês entre as casas reais que detinham a jurisdição das duas cidades. A regularidade dos combates era, por isso, recorrente. Transportando a história para a realidade futebolística que mantém o conflito vivo hoje em dia, red devils e peacocks também estabeleceram uma certa rotina nas disputas que realizam. Cinco dias depois, Manchester United e Leeds voltaram a encontrar-se para a Premier League. Após o empate a dois em Old Trafford, em jogo em atraso da jornada 8, o confronto repetiu-se, desta vez em Elland Road.

No entanto, nem tudo foi um decalque da partida anterior. Lisandro Martínez, Raphael Varane e Alejandro Garnacho caíram do onze inicial do técnico do Manchester United, Erik ten Hag. Para os seus lugares, entraram Harry Maguire, Tyrell Malacia e Jadon Sancho, mudanças que forçaram Luke Shaw a jogar como defesa-central.

Jadon Sancho voltou a ser titular, algo que não acontecia desde outubro, altura em que foi dispensado da equipa para resolver problemas de ordem mental e física. Casemiro foi ausência devido a castigo, enquanto que Scott McTominay e Christian Eriksen ficaram de fora por lesão.

Por outro lado, o Leeds continua à procura de um treinador, depois de ter despedido Jesse Marsch por não conseguir vencer nenhum jogo da Premier League desde 5 de novembro. O diretor desportivo do clube, Victor Orta tem tido dias atarefados na tentativa de substituir o norte-americano.

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Andoni Iraola (Rayo Vallecano), Arne Slot (Feyenoord), Carlos Corberan (West Bromwich), Nuno Espírito Santo (Al-Ittihad Jeddah) e Marcelo Gallardo (ex-River Plate) têm sido os nomes associados ao cargo. Sem fumo branco quanto ao novo técnico, Michael Skubala, promovido dos sub-21 do clube, assumiu de novo o lugar diante do Manchester United, jogo em que não contou com Pascal Struijk e Luis Sinisterra.

A intensidade foi o elemento dominante do jogo, mas sem, inicialmente, os jogadores tenham conseguido aplicar a mesma agressividade que colocavam nos duelos às jogadas ofensivas que tentavam desenvolver. Num jogo em que as cargas de ombro, os carrinhos e as faltas foram mais frequentes que os remates à baliza, foi um jogador menos talhado para o confronto físico como Summerville que ofereceu aspetos diferenciadores que beneficiaram o Leeds.

Mal o jogo começou e já o neerlandês de 1,74m estava a atirar por cima de uma posição onde tinha possibilidade de fazer o golo. Mais tarde, voltou a fugir ao lateral-esquerdo dos red devils, Malacia, que ia tendo erros posicionais comprometedores, para obrigar De Gea a uma grande defesa com a mão direita. Mais uma vez titular, o guarda-redes espanhol juntou-se ao lote restrito de jogadores a alcançarem os 400 jogos com a camisola do Manchester United, juntando-se a Gary Neville, Paul Scholes e Ryan Giggs.

Como o líder que tem demonstrado ser, Bruno Fernandes começou a arrastar a equipa consigo para a frente. Naquele que foi o primeiro remate do Manchester United na partida quando faltavam cerca de cinco minutos para o final da primeira parte, o médio foi facilmente travado.

Com perseverança, o português voltou à carga. Pressionou o central do Leeds, Wober, e roubou-lhe a bola, criando condições para se isolar na cara do guardião francês Meslier que esticou a perna e desviou para fora a melhor ocasião da partida. No canto que se seguiu, por acidente, Weghorst, atingido pela bola quando não esperava, quase adiantou os reds.

Parecia ser o sinal de que o Manchester United viria mais forte para o segundo tempo, visando os três pontos que permitissem pressionar o Manchester City e o Arsenal e distanciar-se de Newcastle e Tottenham. Mas não. No reatar do encontro, Summerville, McKennie e Harrison estiveram muito perto de inaugurar o marcador para o Leeds em três ocasiões diferentes.

Uma das maiores carências dos red devils estava a ser a falta de projeção dos laterais. O português Diogo Dalot, também titular na equipa de Erik ten Haag, rompeu a amaras defensivas, projetou-se na frente e, na viagem de uma ponta à outra do campo, criaram-lhe uma oportunidade para rematar de fora de área de acertar na barra.

Percebendo que poderia tirar partido do jogo exterior, o técnico com Manchester United fez substituições para estimular o uso dos corredores. Lisandro Martínez entrou para o lugar de Malacia, levando a que Luke Shaw ocupasse o flanco esquerdo. Assim, quando Sabitzer virou o jogo com um passe longo exímio, encontrando Luke Shaw em posição de tirar um cruzamento para Rashford (80′) dar a vantagem aos red devils.

Não podia ter ficado mais à vista de todos o quanto o golo sofrido impactou o Leeds quando na saída para o ataque, a equipa perdeu a bola. Weghorst lançou Garnacho (85′) que, com muito espaço para correr e tempo para poder decidir como finalizar, alargou a vantagem para 2-0.

O argentino fez o típico festejo de um jogador que, quando regressar a Old Trafford, por certo não vai ser recebido com muito amor. O jovem de 18 anos apontou para o peito e depois para a relva ao estilo da comemoração “eu estou aqui” de Cristiano Ronaldo.

Por pouco, o descalabro dos peacocks, em vias de caírem não para lugar de despromoção, não foi maior. Rashford e Weghorst ainda introduzirem a bola dentro da baliza, mas, com a confirmação do VAR, o árbitro anulou aquilo que podia ser um resultado ainda mais penalizador para o Leeds.