A petrolífera espanhola Repsol teve lucros de 4.251 milhões de euros no ano passado, um aumento de 70,1% comparando com os de 2021, revelou esta quinta-feira a empresa.

Cerca de 64% dos lucros da Repsol, que está presente em Portugal, tiveram origem na atividade fora de Espanha, segundo um comunicado da empresa, que atribui os resultados no ano passado ao aumento dos hidrocarbonetos (derivados do petróleo).

Os lucros acumulados de 2021 e 2022 da Repsol ascendem a 6.750 milhões de euros mas ainda não compensaram as perdas do grupo nos anos de 2019 e 2020, superiores a 7.100 milhões de euros, destacou empresa.

A Repsol sublinhou que tem em marcha um processo de transformação, a que destinou um investimento de 4.182 milhões de euros no ano passado, mais 40% do em 2021, que teve como principal destino as unidades que tem na Península Ibérica e nos Estados Unidos.

“Para impulsionar o seu perfil multienergético, a Repsol prevê fazer um investimento histórico, de mais de 5.000 milhões de euros, em 2023. Cerca de 35% desses investimentos destinam-se a projetos baixos em carbono”, ou seja, menos poluentes, assegurou a empresa.

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A empresa sublinhou que, por outro lado, em 2022, e “para ajudar os clientes num contexto inflacionista”, marcado por um elevado aumento dos preços dos combustíveis, destinou mais de 500 milhões de euros “a descontos adicionais” nos postos de abastecimento espanhóis.

A isto se juntou um “esforço adicional” de 2.000 milhões de euros em Espanha “para garantir o abastecimento” em 2022, “num contexto de tensão dos mercados internacionais”, gerado pela guerra na Ucrânia, após o ataque militar da Rússia, em 24 de fevereiro.

“Considerar extraordinário um lucro que se obtém de um grande esforço de investimento e penalizá-lo face a quem se dedica a importar de outros continentes sem criar um único emprego industrial é, além de injusto, incompreensível e prejudicial para a economia espanhola”, afirmou o presidente executivo da Repsol, Josu Jon Imaz, citado no mesmo comunicado.

O Governo espanhol criou um imposto extraordinário e temporário para taxar o que considera serem lucros extraordinários das empresas energéticas e da banca associados à inflação elevada.

“O debate social sobre os lucros empresariais tem de ser colocado em contexto. as mensagens populistas só servem para dificultar a atividade empresarial, provocar desconfiança nos investidores, reduzir o investimento e a atividade económica, diminuir a receita fiscal e pôr em risco o emprego industrial”, defendeu Josu Jon Imaz.