O Parlamento suíço apresentou esta quarta-feira uma proposta para permitir a reexportação de armas para a Ucrânia, depois do Governo ter vetado no último ano a transferência, por países terceiros, de armamento fabricado na Suíça à nação em guerra.
O Conselho dos Estados, a câmara alta do Parlamento suíço, apresentou esta quarta-feira esta proposta, depois de uma moção semelhante ter sido apresentada no mês passado no Conselho Nacional, a câmara baixa.
A reexportação de armas pela Suíça, que não é permitida neste país sob a sua tradicional neutralidade, tem sido objeto de amplo debate no país.
A câmara alta do Parlamento propõe que o fim da proibição entre em vigor dentro de cinco anos e apenas “em circunstâncias excecionais”, noticiou a agência Efe.
Em 10 de fevereiro, o Governo suíço confirmou a rejeição do pedido espanhol para a transferência de dois canhões antiaéreos de fabrico suíço para a Ucrânia.
A Suíça já tinha negado pedidos semelhantes de reexportação à Dinamarca e Alemanha, que no ano passado pediram a transferência de armas suíças para a Ucrânia para ajudá-la na resposta à invasão russa.
Em concreto, a Suíça rejeitou dois pedidos alemães para reexportar munição suíça para a Ucrânia para tanques de batalha Leopard e um pedido dinamarquês para fornecer cerca de 20 tanques de batalha Piranha III.
A Lei Suíça de Material de Guerra proíbe o comércio de armas produzidas no país para países envolvidos num conflito armado internacional, sendo que toda aquisição inclui uma cláusula que obriga o país comprador a solicitar permissão à Suíça em caso de tentativa de reexportar.
Apesar da sua tradicional política de neutralidade, a Suíça está alinhada com as sanções económicas e financeiras da União Europeia contra a Rússia, razão pela qual faz parte da lista de países considerados “hostis” por Moscovo, desde o início da guerra.