No ano em que completa 13 anos, a Xiaomi oficializa a gama série 13 no mercado internacional, escolhendo o Mobile World Congress, a feira de Barcelona dedicada à área mobile, para apresentar novos equipamentos.

O Xiaomi 13 e 13 Pro são as apostas da empresa para concorrer no mercado dos topo de gama, o patamar com características mais avançadas e equipamentos mais dispendiosos. Toda a apresentação da marca esteve ligada a um parceiro de peso na área da fotografia: a alemã Leica.

Os novos equipamentos incluem um sistema de câmara desenvolvido em cooperação com a Leica, onde se tenta replicar a experiência das conhecidas máquinas fotográficas num smartphone. O sistema de câmara vai ser o mesmo nos dois telefones, composto por uma câmara principal grande angular de 23 mm, com um sensor IMX989 ultra-grande de uma polegada, uma câmara telefoto flutuante de 75 mm, e uma câmara ultra grande angular de 14 mm. A marca argumenta que o sensor IMX989 é o maior já usado num smartphone e que, devido à sua dimensão, permitirá receber uma maior quantidade de luz.

O módulo de câmara do Xiaomi 13 Pro

A parceria não se limita ao desenvolvimento do sistema de câmaras. Há um ícone de câmara renovado e mais pormenores que remetem para o universo Leica, desde o tom de vermelho que figura nas definições de câmara até à imitação do som de obturador das máquinas da marca.

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No modo de retrato, também há marcas da Leica. Há quatro opções à escolha, em que as definições são ajustadas automaticamente, inspiradas em algumas das lentes da fabricante alemã. Num dos modos, por exemplo, tenta-se replicar a experiência de retrato a preto e branco. E, caso o utilizador ative a marca de água, é deixada a indicação de que a imagem foi captada com tecnologia da Leica e também de qual foi a lente real da marca que serviu de inspiração. E, embora os equipamentos da Xiaomi já incluíssem filtros para editar as imagens, nestes modelos são incluídos novos filtros da Leica.

Já na gravação de vídeo, ambos os modelos têm uma novidade, já que conseguem gravar em Dolby Vision, permitindo captar imagens em 4K com até 60 frames por segundo.

A nível de design, há diferenças entre o 13 e o 13 Pro: o primeiro não só tem um ecrã menor (6,36 polegadas contra 6,73 polegadas) como também tem um design mais retangular, enquanto o Pro tem os cantos mais arredondados.

O Xiaomi 13

Embora partilhem o mesmo processador, o Snapdragon 8 Gen 2, há diferenças entre a memória RAM e a capacidade da bateria nos dois equipamentos. O Pro conta com 12 GB de RAM e o 13 com 8 GB; o Pro tem uma bateria de 4.820 mAh, enquanto o 13 se fica pelos 4.500 mAh.

No que toca a carregamento, o Pro permite carregar a 120 W com recurso a um cabo, prometendo atingir 100% de carga em 19 minutos. O 13 fica com um carregamento de 67 W, demorando mais algum tempo. Ambos são compatíveis com carregamento sem fios a 50 W e permitem carregar outros equipamentos, o chamado carregamento inverso.

O 13 Pro promete uma carga total em 19 minutos a 120W

Os dois equipamentos chegam ao mercado português a 8 de março e as pré-vendas arrancam este domingo. O Xiaomi 13 Pro é o mais dispendioso da linha, a custar 1.399,99 euros. Estará apenas disponível a versão de 12 GB de RAM com 256 GB de armazenamento interno, em duas cores, preto ou branco. O Xiaomi 13 custará 999,99 euros, disponível em três cores (branco, preto e verde), com a configuração de 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.

Foi também revelado um terceiro telefone, o 13 Lite. Este modelo faz algumas concessões para ser mais barato (custará 549,99 euros), como não ter o mesmo sistema de câmara desenvolvido em parceria com a Leica que os restantes modelos. Estará disponível numa versão de 8 GB de RAM e 256 GB de armazenamento.

O Xiaomi Lite

Gama de produtos cresce com auriculares e uma nova trotinete

Além dos smartphones, a Xiaomi apresentou novos auriculares, uma trotinete que promete ser mais resistente e um smartwatch que, à primeira vista, nem sequer parece ser digital.

Os Xiaomi Buds 4 Pro são uma atualização do modelo anterior, com alterações no design da caixa, que agora está mais leve. Uma das novidades é a funcionalidade de áudio dimensional, que tenta criar uma experiência mais imersiva de som, de 360 graus, semelhante àquela que existe com os sons reais. Assim, consoante os movimentos que os utilizadores fazem, os auriculares vão ajustar o som para que este seja reproduzido de forma mais realista. Os auriculares prometem ter até nove horas de audição sem interrupções e também podem ser carregados sem fios. Em Portugal, vão custar 249,99 euros, com vendas disponíveis a partir de 27 de fevereiro.

Os novos auriculares da Xiaomi

Já o Xiaomi Watch S1 Pro é um smartwatch com o aspeto de um relógio clássico. À primeira vista, parece um relógio normal, com uma bracelete de couro, mas quando se toca no ecrã são visíveis as funcionalidades habituais num relógio do género, incluindo as funcionalidades desportivas. A marca promete uma bateria com a duração de até 14 dias e um carregamento rápido. Em Portugal, vai custar 329,99 euros e estará disponível numa versão com bracelete castanha em couro e caixa prateada e outra com caixa preta e bracelete preta.

O novo smartwatch tem um aspeto mais clássico. Aqui na versão com bracelete em couro

Na mobilidade, a novidade é a Electric Scooter 4 Ultra, que tem pneus mais largos e uma maior potência para ajudar nas subidas. É capaz de atingir velocidades de até 25 km/h e tem uma autonomia estimada para 70 km. Chegará no final de março a Portugal, com um preço recomendado de 999,99 euros.

A trotinete Ultra

Responsável em Portugal vê oportunidades de crescimento em segmentos mais elevados

Em conversa com o Observador a propósito destes anúncios, Tiago Flores, responsável da Xiaomi para o mercado português, destaca que a marca está “entusiasmada com a parceria” com a Leica, defendendo que “vai criar uma diferenciação na experiência fotográfica do utilizador de smartphone”. E, segundo este responsável, a câmara continua a ser um dos atributos que mais motiva os consumidores para trocar de equipamento.

Durante anos, a Leica teve como parceira a Huawei, mas a ligação terminou em 2022, quando foi anunciada a parceria com a Xiaomi, em maio. Já em 2023, entre a Xiaomi e a Leica fala-se numa “parceria a longo prazo”, mas Flores explica que “não está estipulado” quanto tempo pode durar. “Mas é uma aposta que a empresa está a fazer no sentido de cada vez mais dar essa experiência diferente de utilização na fotografia”, assegura.

Os topos de gama anunciados pela empresa estão numa faixa elevada de preço, acima dos mil euros. Questionado sobre um aumento de preços face a modelos anteriores, Tiago Flores argumenta que o “salto a nível tecnológico” destes equipamentos faz com que a empresa não faça comparações com outros topos de gama que já lançou. “Estamos a posicionar estes equipamentos no segmento onde devem estar, consideramos justo este valor.”

Este responsável nota que, nos smartphones, “o mercado português apresenta uma estagnação”, mas que perspetiva que os segmentos de média e alta gama “vão continuar a crescer”. “Podemos ver de facto muitas oportunidades na média e alta gama, onde se posiciona esta proposta de valor e onde se vão posicionar as nossas gamas de Redmi Note”. Promete um lançamento para breve destas gamas, com preços mais acessíveis. “Vão continuar a oferecer a melhor experiência e custo benefício, democratizando a tecnologia e permitindo que consumidor tenha acesso a tecnologia de ponta sem sacrificar outras opções de vida.”

Smartphones dominam o negócio da Xiaomi em Portugal mas empresa quer expandir linhas de produtos por cá