O executivo da Câmara do Porto aprovou esta segunda-feira por unanimidade arrendar dois armazéns para depositar os bens da Biblioteca Pública Municipal enquanto decorrem as obras de reabilitação, que arrancam em janeiro de 2024 e decorrem durante quatro anos.
A Biblioteca Municipal do Porto será alvo de um “processo de expansão e requalificação”, cujo arranque está previsto para janeiro do próximo ano, revela, na proposta aprovada esta segunda-feira por unanimidade, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
Em declarações à Lusa, à margem da reunião privada do executivo, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, defendeu ser preciso garantir que “todos continuam a ter acesso aos livros” e que a “informação e articulação” com as juntas de freguesia, escolas e associações “se faça”.
“Que essa informação e essa articulação se faça”, referiu.
Também o vereador do BE, Sérgio Aires, disse ter manifestado “preocupação”, uma vez que não era claro na proposta se as duas bibliotecas públicas — Biblioteca Municipal do Porto e Biblioteca Almeida Garrett — iriam encerrar para obras ao mesmo tempo.
“Foi nos dito que não encerram ao mesmo tempo. Foi-nos garantido que o material que vai ser armazenado em Campanhã estará disponível de qualquer maneira, vamos ver como é efeito. E, depois, haverá esta ideia das bibliotecas errantes, que nos parece interessante, porque de facto há um grau de especialização que vai ser procurado por temática em alguns espaços da cidade e é uma boa experiência”, referiu.
Na proposta, Rui Moreira afirma que durante este ano será necessário “assegurar quer a deslocação de documentos, equipamento e mobiliário daquele edifício, quer o seu aprovisionamento enquanto decorre o período de obra”, estimado em quatro anos.
O processo de deslocalização dos bens da Biblioteca Municipal do Porto, que a câmara estima que se inicie ainda no primeiro trimestre deste ano, poderá prolongar-se por cerca de nove meses.
Os dois armazéns — um com cerca de 1.000 metros quadrados e outro com cerca de 2.000 metros quadrados — situam-se na Rua de Justino Teixeira, na freguesia de Campanhã, sendo que os valores anuais das rendas ascendem a 216 mil euros.
O projeto de requalificação e ampliação da Biblioteca Pública Municipal do Porto, assinado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura e com um custo estimado de 17 milhões de euros, vai permitir triplicar a capacidade de depósito.
O avanço do projeto esteve condicionado cerca de nove meses, devido à decisão do Tribunal de Contas, que considerava existirem “direitos de autor” passados e defendia o lançamento de um concurso público, por oposição a um ajuste direto.
O projeto prevê a construção de “uma torre”, que aproveitará o espaço em altura, uma ampliação para as traseiras do edifício principal, voltado para o Jardim de São Lázaro, e a demolição e construção de algum edificado que, no passado, foi acrescentado nas traseiras da biblioteca, explicou o arquiteto, em junho de 2021, na apresentação do projeto à vereação.