O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse esta segunda-feira que os cinco centros de saúde e as “cerca de 30 extensões” do litoral alentejano vão ser requalificados, graças a financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Felizmente, no contexto do PRR, foi possível encontrar financiamento para fazer com que os cinco centros de Saúde [e] as cerca de 30 extensões de saúde que existem nesta região sejam todas requalificadas”, afirmou o governante.
O ministro falava aos jornalistas em Alcácer do Sal, no arranque da iniciativa Saúde Aberta pelos concelhos do litoral alentejano, promovida pelo Ministério da Saúde.
Lembrando que o litoral alentejano, formado pelos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Sines e Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, e Odemira, no distrito de Beja, “é uma zona muito vasta” em termos geográficos, habitada por “mais de 100 mil pessoas”, Manuel Pizarro reconheceu que “persistem problemas graves de acesso aos cuidados de saúde”.
E nós vimos aqui precisamente dialogar e ouvir as pessoas, ouvir a população, ouvir os autarcas”, para “tentar procurar soluções para melhorar o acesso à saúde, quer nos cuidados primários, quer nos cuidados hospitalares”, explicou.
Além disso, realçou, trata-se também de “uma zona onde estão a ocorrer modificações muito significativas”, nomeadamente devido ao fenómeno da imigração, que se está “a generalizar em toda a região“.
Essas pessoas são bem-vindas ao nosso país, nós precisamos delas, mas precisamos de criar condições para as acolher nos diferentes aspetos, com a dignidade necessária, nomeadamente na área da saúde e isso aumenta a pressão sobre o serviço de saúde, exige uma resposta própria que tem que ser agora articulada e tratada com todo o cuidado”, destacou.
A área das infraestruturas é uma das prioridades, segundo o ministro da Saúde, com o PRR a possibilitar o financiamento da requalificação dos centros e extensões de saúde, mas também que “sejam adquiridos e colocados em funcionamento novos equipamentos”.
Por exemplo, viaturas de apoio domiciliário, que aqui são especialmente importantes. Dada a vastidão desta zona geográfica, o facto de haver muita população que vive de forma isolada e uma parte dessa população ser população idosa com dificuldade de mobilidade, essas viaturas também vão responder a estes problemas”, indicou o governante.
Por outro lado, “uma questão mais complexa” passa pela “atração dos profissionais” de saúde, segundo Manuel Pizarro, que se comprometeu a “procurar encontrar soluções que resolvam os principais problemas”.
Um dos principais problemas que enfrentamos aqui é também o custo da habitação. Apesar de esta ser uma zona fora de um grande centro é uma zona onde, em função da pressão turística, o custo de habitação é muito elevado. Isso, naturalmente, cria muitas dificuldades na atração de profissionais”, admitiu.
Mas, o ministério está “a trabalhar com as estruturas da saúde, com a Unidade Local de Saúde” do Litoral Alentejano (ULSLA) e vai “fazê-lo também com as autarquias para criar condições de alojamento que facilitem a atração de profissionais”, acrescentou.
No litoral alentejano, existem cerca de 105 mil utentes do Serviço Nacional de Saúde, sendo que “cerca de 17 mil não têm médico de família ou atendimento nos cuidados primários por médico próprio”, explicou ainda o ministro, dizendo não ter qualquer dúvida de que, este ano, vai ser encontrada “solução para aqueles que ainda não têm acesso a médico”.