O mercado do livro cresceu 16% em Portugal em 2022 face ao ano anterior, indicam os dados disponibilizadas ao Observador pela Gfk Portugal. Em unidades, trata-se de um aumento de 13%.
Ao todo, foram vendidas em 2022 12.725.898 livros, o que corresponde a 175.017.322 euros. O género infanto-juvenil foi o que vendeu mais em termos de unidades, representando 34% das vendas nacionais. A seguir ficou a não ficção, com 32%, e a ficção, com 31%.
Janeiro e fevereiro foram os meses em que se venderam mais livros em relação ao ano anterior (954.091 e 808.282 unidades, respetivamente, o que corresponde a uma variação de 84% e 35%). Em agosto e setembro, os meses da Feira do Livro de Lisboa, um dos períodos fortes da venda de livros em Portugal, o aumento foi apenas de 10% e 5%, respetivamente, em termos de unidades. Nestes dois meses, foram vendidos 1.972.845 de livros.
Também dezembro ficou abaixo dos primeiros meses do ano passado em termos de crescimento, com um aumento de 6%. Foi, contudo, o período em que se venderam mais livros em Portugal em 2022: 12.725.898 unidades. No mês anterior, novembro, foi registado um decréscimo (-1%), tendo sido vendidos 1.110.940 livros.
As livrarias continuaram a ser o local preferencial para a aquisição de livros, com 69% das unidades adquiridas nestes estabelecimentos. A percentagem inclui vendas em livrarias online. Os hipermercados representaram 31% das compras.
Preço médio dos livros aumento 3% em 2022. Valores poderão continuar a aumentar em 2023
O encarecimento das matérias primas provocado primeiro pela pandemia de Covid-19 e depois pela guerra na Ucrânia levou algumas editoras, em Portugal e não só, a optarem por aumentarem os preços dos livros. No mercado português, isso refletiu-se numa subida de 3% em 2022 face ao ano anterior.
Segundo os dados da empresa de estudos de mercado, em 2022 um livro de não ficção custava, em média, 16,3 euros. O preço médio de um livro de ficção era ligeiramente inferior, 15,6 euros. Os livros infanto-juvenis custavam menos — em média, 10,6 euros.
A situação deverá repetir-se em 2023. Além do aumento no preço do papel, a inflação fez encarecer os custos de produção, de transporte e a mão de obra. Tudo somado, é muito provável que o preço dos livros sofra novo aumento este ano.
A Gfk audita as vendas ao consumidor final, de uma amostra representativa do mercado português, composta maioritariamente por retalhistas da grande distribuição (especializados e não especializados). O estudo tem uma cobertura estimada de 85% do mercado do livro em Portugal.