O primeiro-ministro informou pessoalmente o presidente do Governo Regional dos Açores, por telefone, na segunda-feira, sobre a saída de Luís Rodrigues da SATA para a liderança da TAP, disse esta terça-feira à agência Lusa fonte oficial do executivo.
Segundo a mesma fonte, António Costa falou com José Manuel Bolieiro ao início da tarde de segunda-feira, “por volta da hora de almoço”, horas antes de ter sido anunciada a mudança de Luís Rodrigues da SATA para a TAP, onde vai exercer as funções de presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva.
Esta terça-feira, o secretário das Finanças dos Açores afirmou que o executivo regional (PSD/CDS-PP/PPM) não foi consultado sobre a saída de Luís Rodrigues da SATA para a TAP, criticando a falta de sentido de Estado do Governo da República.
Não fomos consultados, mas sim informados sobre a ida de Luís Rodrigues para a TAP. O Governo dos Açores foi informado, não foi consultado. Aquilo que dizemos é que não nos vamos vergar. Não nos vão fazer desistir de salvar a SATA”, declarou Duarte Freitas aos jornalistas na Horta, ilha do Faial.
Duarte Freitas reconheceu que a saída de presidente da SATA é uma “contrariedade” e revelou que o executivo regional só recebeu um “contacto do Governo da República por volta da hora de almoço” de segunda-feira, a “informar que Luís Rodrigues queria ser presidente da TAP”.
O sentido de Estado devia impor o cuidado com este processo de privatização da SATA — Azores Airlines. É uma questão nacional. E percebemos também que há muitas vontades nos Açores, que comunicam para o Governo da República, para que isto não corra bem”, criticou.
O secretário regional realçou ainda que Luís Rodrigues não tem direito a indemnização pela saída e que a decisão sobre o futuro líder da companhia aérea vai ter “sempre como primeira prioridade manter o ritmo e as componentes do processo de privatização da Azores Airlines”.
Em junho, a Comissão Europeia aprovou uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais, prevendo ‘remédios’ como uma reorganização da estrutura empresarial.
A injeção financeira implica o desinvestimento de uma participação de controlo (51%) na Azores Airlines, o desdobramento da atividade de assistência em terra e uma reorganização da estrutura empresarial da SATA, com a criação de uma ‘holding’ que substitui a SATA Air Açores no controlo das suas operações subsidiárias.