O Irão anunciou esta terça-feira que foram detidos os primeiros suspeitos de envenenar centenas de alunas em escolas femininas de várias províncias iranianas ao longo das últimas semanas. “Com base na informação e medidas de investigação das agências de inteligência, uma série de pessoas foram presas”, declarou o ministro executivo do Interior, Majid Mirahmadi, na televisão pública, citado pelo The Guardian.

Envenenamento em escolas iranianas aumenta e Governo fala em “amostras suspeitas”

Os casos de suspeitas de envenenamento afetaram pelo menos 7.063 alunas de 103 escolas e há registos em 99 cidades de 28 províncias, segundo o balanço mais recente dos grupos de direitos humanos no Irão.

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A situação levou à mobilização de pais de crianças, que apelaram às autoridades para agirem e protegerem as alunas, mas o regime iraniano tem tomado posições contraditórias. O Ministério da Educação declarou que algumas das meninas estariam doentes devido a uma forma de “histeria em massa” e o ministro com a mesma pasta, Yousef Nouri, disse que 95% das alunas que deram entrada nos hospitais não tinham qualquer problema médico, além de medo e preocupação.

Centenas de alunas foram envenenadas no Irão

Já o líder supremo, Ayatollah Ali Khamenei, declarou na passada segunda-feira que qualquer culpado de envenenar crianças seria “severamente castigado”. “As autoridades deviam investigar seriamente o tema do envenenamento das estudantes. Este é um crime grande e imperdoável”, alertou, citado pelo The Guardian.

O ministro do Interior indicou este sábado que foram descobertas “amostras suspeitas” durante as investigações, tendo sido identificados casos de envenenamento de alunas em escolas de várias cidades, mas não adiantou mais detalhes relacionados com a investigação.

Os primeiros registos de envenenamento remontam a novembro de 2022 e levantaram desde cedo suspeitas de que as jovens estariam a ser vítimas de retaliação por participarem nos protestos pela morte de Mahsa Amini.

“Terrorismo biológico”. Jovens iranianas envenenadas nas escolas em retaliação pelo seu papel nos protestos