A Master Med Cannabis, empresa dedicada a produção de canábis medicinal, vai investir 9,5 milhões de euros (ME) e empregar cerca de 55 pessoas, até final de 2024, em Penela, no distrito de Coimbra.
A empresa, fundada em abril de 2019, está a construir uma unidade fabril dedicada apenas ao “cultivo” de canábis para fins medicinais, com o intuito de “ajudar pessoas que têm doenças sérias”, disse esta quinta-feira à agência Lusa, o diretor executivo, Miguel Nobrega Gouveia.
Situada na localidade de Infesto, em Penela, a fábrica, com 60 mil metros quadrados, conta com um investimento de 6,5 milhões de euros e deverá estar concluída em novembro deste ano.
Estão ainda previstos mais três milhões de euros até final de 2024, destinados à compra de terrenos, para fazer cultivo de canábis sem luz natural, bem como na colaboração com a Habitat de Inovação Empresarial nos Setores Estratégicos (HIESE),incubadora de Penela focada na inovação rural, e a Universidade de Coimbra (UC).
“Inicialmente está previsto (empregar) 24 a 28, e até ao final de 2024 está previsto empregar 55 pessoas”, sublinhou Miguel Nobrega Gouveia.
Entre final setembro e meados do mês de outubro, a empresa prevê empregar mais cinco ou seis pessoas, em “part-time”, a fim de “ajudar a fazer a colheita”.
O clima, a localização e ainda o apoio da Câmara Municipal de Penela, designadamente na celeridade dos processos, foram os fatores que determinaram a escolha deste local para situar a fábrica.
Miguel Nobrega Gouveia deu ainda nota de que outra das ideias é criar uma clínica, em Penela, até ao final de 2023, destinada a informar os cidadãos sobre os benefícios da planta e que venderá produtos à base de canábis sem prescrição médica.
Esta clínica, orçada em cerca de 350 mil euros, incluirá um médico, um enfermeiro e um rececionista.
Este espaço servirá como uma “casa de saúde”, onde o médico pode prescrever o medicamento, para que, posteriormente, o utente o possa adquirir numa farmácia.
O diretor executivo da Master Med Cannabis pretende ainda criar uma associação com as empresas que têm licença de cultivo de canábis, em Portugal, que atualmente, de acordo com Miguel Nobrega Gouveia são 18.
A ideia é “dar a voz principal do cultivo de canábis” para comunicar com o Governo e com o INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, por exemplo.
Outro dos objetivos passa por poder haver a partilha de experiências e conhecimento sobre a planta com os membros da associação.