O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, denunciou esta sexta-feira “situações de assédio” sobre professores para cumprirem serviços mínimos, devido à greve da Administração Pública, referindo que será enviado um dossier com o nome das escolas para a Justiça.

“Não vamos deixar passar (…) as situações de assédio dos delegados regionais da DGESTE (Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares) sobre diretores, onde chegaram ameaças de demissão, se não convocassem os serviços mínimos para uma greve como a desta sexta-feira. Estamos a organizar um dossier já com o nome das escolas que vamos enviar ao Ministério Público“, revelou.

Mário Nogueira falava aos jornalistas à margem de uma iniciativa da Frente Comum e da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), junto à Escola Básica Marquesa de Alorna, em Lisboa.

“Isto é absolutamente intolerável. Houve muitos diretores e nós temos que saudar os diretores que cumpriram a lei, que têm serviços mínimos para uma organização, mas não tem serviços mínimos para a greve da Administração Pública”, reiterou.

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Segundo o dirigente sindical, há muitos docentes e trabalhadores não docentes a “fazer serviços mínimos” sob ameaças.

“Foram ameaçados por telefone, por mensagem, na quinta-feira à noite. Na maior parte dos casos, foram evitando escrever para não ter provas, mas vamos ter testemunhas”, indicou.

Greve na função pública fecha muitas escolas e deixa hospitais em mínimos, diz Frente Comum

O líder da FENPROF criticou ainda o presidente Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima, lembrando-o que os diretores também são professores.

“O meu colega Filinto Lima que vá chorar para o paizinho, neste caso para o ministro da Educação (João Costa) (…)”, contestou, acrescentando que muitos dos diretores “agem como se (…) fossem donos das escolas”.

A Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), anunciou na quinta-feira um pedido de reunião ao ministro da Educação dizendo-se preocupada com a “falta de apoio efetivo” da tutela aos mais de 800 diretores de escolas públicas.

A Frente Comum, que convocou a greve desta sexta-feira já anunciou que a adesão à greve está a ser elevada, com muitas escolas encerradas e hospitais a funcionar em mínimos, segundo a Frente Comum, que convocou a paralisação.