O ex-presidente dos EUA Donald Trump disse este sábado que acredita que vai ser detido na próxima terça-feira, no âmbito da investigação judicial às suspeitas de que Trump terá ordenado um pagamento secreto à atriz pornográfica Stormy Daniels para comprar o seu silêncio acerca de um relacionamento extra-conjugal.
Através de um conjunto de mensagens publicadas na sua própria rede social, o Truth Social, Donald Trump diz que os EUA são agora um “país do terceiro mundo e a morrer” e que “o sonho americano está morto” devido aos “anarquistas de esquerda radical que roubaram as nossas eleições”.
“Os patriotas americanos estão a ser detidos e mantidos em cativeiro como animais, enquanto os criminosos e os bandidos de esquerda podem andar pelos ruas, a matar e a incendiar sem consequências”, escreveu Trump, criticando também as “fronteiras abertas” e a destruição do “modo de vida” dos americanos.
Numa segunda mensagem, Trump vai mais longe e diz que “fugas ilegais de um corrupto e muito político gabinete do procurador distrital de Manhattan (…) indicam que, sem crime provado e apenas com base num conto de fadas antigo e já desmontado (por vários outros procuradores), o principal candidato republicano e antigo Presidente dos EUA vai ser detido na terça-feira da próxima semana”.
“Manifestem-se, recuperem a nossa nação”, apela Trump no final da mensagem, na qual não apresenta qualquer prova de que a sua detenção esteja para breve.
Trump volta a ser investigado por pagamento secreto a atriz pornográfica
Em novembro de 2022, o novo procurador distrital de Manhattan anunciou que iria voltar a investigar o papel do ex-presidente dos EUA Donald Trump num pagamento secreto à atriz pornográfica, durante a campanha presidencial de 2016.
O escândalo remonta a 2018, quando o The Wall Street Journal noticiou que o advogado de Donald Trump, Michael Cohen, tinha pago 130 mil dólares a Stormy Daniels em 2016 — pouco antes da eleição presidencial desse ano — para comprar o seu silêncio em relação a um caso que Daniels e Trump tinham tido em 2006.
Na sequência das notícias, a atriz pornográfica veio a público dizer que tinha sido forçada a assinar o acordo de confidencialidade, abrindo as portas a uma polémica que resultaria na prisão do advogado Michael Cohen, mas sem a responsabilização direta de Trump.
Agora, o novo procurador de Manhattan, Alvin L. Bragg, regressou às origens da investigação para apurar a responsabilidade direta de Trump no pagamento — num caso que está a ser investigado por um grande júri, que já anunciou a intenção de ouvir o próprio Trump.
Segundo o jornal The Guardian, as autoridades da cidade de Nova Iorque têm vindo a efetuar preparativos de segurança para a possibilidade de Donald Trump ser formalmente acusado — embora ainda não haja qualquer informação sobre quando é que o grande júri responsável pela investigação se vai reunir para votar a possibilidade de acusar Trump.
