“Morreu o homem que pôs Campo Maior no mapa”. Foi assim que Vítor Palma, de 83 anos, caracterizou Rui Nabeiro, o “Sr. Rui” como era conhecido nesta vila do Alentejo. Não é uma caracterização original: é rara a pessoa que diz o mesmo sobre o empresário que foi a enterrar esta terça-feira.

Vítor assistiu à missa de corpo presente no exterior da Igreja Matriz, tal como tantos outros, durante cerca de duas horas. No fim, foi para a porta de sua casa, umas ruas abaixo da igreja, onde o cortejo fúnebre veio a passar. Preferiu esperar lá para “estar mais perto”.

A passagem do carro funerário que transportava o corpo de Rui Nabeiro foi pontuada com algumas palmas, muitos “obrigado” mas, sobretudo, silêncio. Ninguém falava. Foi só depois do carro passar e de olhos postos na família mais próxima que Vítor disse: “Agora já se pode falar. Morreu o homem que pôs Campo Maior no mapa”.

Milhares de pesssoas fizeram questão de assistir ao cortejo fúnebre: uns das janelas mas a maioria perfilados nos passeios das ruas estreitas de Campo Maior. Mas houve também quem se colocasse em cima das muralhas da vila, já à chegada ao cemitério.

Na cerimónia participaram também algumas das mais altas figuras do Estado português presentes, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e i primeiro-ministro, António Costa. Estiveram também presentes vários ministros, deputados e representantes dos partidos políticos.

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