A Cáritas Portuguesa revelou uma expectativa de decréscimo do valor angariado — “ainda não totalmente apurado” — durante a campanha nacional que aconteceu na semana antes do terceiro domingo da Quaresma face a anos anteriores, anunciou este domingo esta entidade.

“Este decréscimo representa para a rede nacional da Cáritas um esforço na resposta às solicitações que aumentam, nomeadamente, para o pagamento de despesas relacionadas com a habitação, água, luz e saúde”, lê-se num comunicado publicado no ‘site’ da instituição ligada à Igreja Católica que atua em serviços de proximidade com mais necessitados, em paróquias e comunidades.

A indicação de haver menos doações surgiu durante o Conselho Geral da Cáritas Portuguesa que decorreu entre sexta-feira e este domingo, na Diocese de Santarém.

De acordo com o comunicado divulgado, durante os dois dias de reunião, foram destacadas as preocupações sobre as respostas à emergência social provocada pelas crises e às situações de emergência internacional.

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No sábado, os conselheiros da Cáritas aprovaram o Relatório de Atividades e de Contas do ano passado.

O organismo indicou ainda que na última sessão de trabalhos a coordenadora da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza (ENCP) 2021-2030, Sandra Araújo, apresentou o conceito de “Economia de Bem-Estar”, que tem como eixos o combate à pobreza, a promoção de emprego, a integração dos jovens na sociedade e a coesão territorial.

O Conselho Geral da Cáritas Portuguesa determinou também que a primeira reunião de conselheiros de 2024 vai decorrer na Diocese do Algarve.

Na passada sexta-feira, a Cáritas Portuguesa aprovou as medidas anunciadas pelo Governo para responder ao aumento do custo de vida, mas enfatizou que apenas “vão diminuir a situação de emergência social” e não a pobreza no país.

“Estas medidas não vão contribuir para diminuir as situações de pobreza, vão diminuir a situação de emergência social em que vivemos”, disse à Lusa a presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, assinalando que as medidas prometidas “vão eventualmente permitir” que algumas pessoas não entrem na pobreza e “diminuir a severidade das situações em que vivem as pessoas cada vez mais vulneráveis”.

O Governo anunciou na sexta-feira a redução do imposto IVA dos bens alimentares essenciais, colocando a taxa em zero no cabaz de bens essenciais, um apoio mensal de 30 euros às famílias mais pobres e um complemento extraordinário de 15 euros por criança e jovem para os beneficiários do abono de família.