A presidente do Conselho das Finanças Públicas afirmou esta quarta-feira, 20 de março, no Parlamento, que a Parvalorem e a Parups, empresas públicas criadas para gerir os ativos do Banco Português de Negócios (BPN), são sorvedouros de dinheiro público e uma ferida nas finanças públicas.
Nazaré da Costa Cabral falava numa audição parlamentar na Comissão de Orçamento e Finanças (COF), no âmbito de um requerimento da IL, a propósito do último relatório da instituição sobre o setor empresarial do Estado, quando destacou “uma herança que tarda em resolver-se”: “o caso das empresas relacionadas com a nacionalização do BPN”.
“A Parvalorem e a Parups são nos últimos anos sorvedouros de dinheiros públicos — não há outra forma de o dizer — com permanentes injeções de capital, desde logo sob a forma de empréstimos”, disse.
A Parvalorem é um veículo criado para gerir os ativos problemáticos do antigo BPN, tendo em agosto de 2022 incorporado a Parups, que herdou a gestão de ativos imobiliários e obras de arte do antigo banco.
Nazaré da Costa Cabral apontou o empréstimo em 2019 de 1.200 milhões de euros à Parvalorem, para defender que “é uma ferida que está nas nossas finanças públicas”.
“A Parvalorem é a campeã dos capitais próprios negativos. Em 2021, no nosso relatório, é a empresa que apresenta capitais próprios mais negativos, na ordem dos 3.300 milhões de euros”, frisou.
Num relatório divulgado em fevereiro, o CFP conclui que mais de um terço das empresas do setor público do Estado estava em falência técnica em 2021 e que a tutela ainda não aprovou 44% dos relatórios e contas de 2021 das empresas com obrigações de reporte de informação.
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