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É Domingo de Ramos e Gonçalo resolveu o que parecia difícil (a crónica do Rio Ave-Benfica)

Este artigo tem mais de 1 ano

O Benfica foi a Vila do Conde arrancar uma vitória difícil contra o Rio Ave e manteve a vantagem na liderança da Liga. Ramos fez o golo decisivo, Florentino foi poupado, João Mário assistiu (0-1).

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O internacional português abriu o marcador nos instantes iniciais da segunda parte

AFP via Getty Images

O internacional português abriu o marcador nos instantes iniciais da segunda parte

AFP via Getty Images

Foi um rumor, passou a ser uma certeza não assumida, tornou-se uma garantia. Sem ter conquistado qualquer título e apenas com a quase certeza de que será campeão nacional na época de estreia em Portugal, Roger Schmidt renovou contrato com o Benfica. Não pelo que já fez, não pelo que poderá fazer, não pelo que está a fazer — pela certeza de que é, cada vez mais, o nome maior de um mandato.

“Para mim foi muito fácil. Já tinha dito várias vezes que tínhamos muito tempo, que o contrato não acabava este ano. Mas o clube perguntou e eu gostei de que tivessem tido essa vontade. Falei com a minha família e acabou por ser uma decisão simples. Gosto muito do Benfica, acredito no clube, nos adeptos, nos jogadores, no staff. Acho que é um lugar extraordinário para viver o futebol, para lutar por títulos. Acabou por ser por isso que a decisão foi rápida. É um tema que está encerrado. Agora queremos é jogar bom futebol nos próximos anos, mas temos de nos concentrar no próximo jogo”, explicou o treinador alemão instantes depois de ficar confirmada a renovação de contrato por mais dois anos, ou seja, até 2026.

Ficha de jogo

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Rio Ave-Benfica, 0-1

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio dos Arcos, em Vila do Conde

Rio Ave: Jhonatan, Renato Pantalon, Aderllan Santos, Patrick William (Sávio, 81′), Costinha (Paulo Vítor, 81′), Guga, Samaris (Vítor Gomes, 64′), João Graça (Bruno Ventura, 64′), Fábio Ronaldo, Emmanuel Boateng (Hernâni, 81′), André Pereira

Suplentes não utilizados: Magrão, Josué, Miguel Baeza, Ukra

Treinador: Luís Freire

Benfica: Vlachodimos, Alexander Bah, António Silva, Otamendi, Grimaldo, Fredrik Aursnes, Chiquinho, David Neres (Florentino, 71′), João Mário, Rafa (Tengstedt, 80′), Gonçalo Ramos (Musa, 71′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Gilberto, Lucas Veríssimo, Morato, João Neves, Schjelderup

Treinador: Roger Schmidt

Golos: Gonçalo Ramos (46′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a João Mário (58′), a Patrick William (61′), a Gonçalo Ramos (70′), a Hernâni (82′), a André Pereira (90+4′)

Era neste contexto que o Benfica visitava este domingo o Rio Ave, já depois de Sp. Braga e Sporting terem vencido na mesma jornada mas ainda antes de o FC Porto receber o Portimonense no Dragão. Na sequência da pausa para os compromissos internacionais, logo depois de os encarnados receberem de volta muitos dos habituais titulares que deixaram o Seixal para representar as respetivas seleções, a equipa de Roger Schmidt precisava de vencer para manter a distância para o principal perseguidor na jornada antes do Clássico da Luz e garantir que a paragem dos trabalhos não teve qualquer tipo de influência na antecâmara dos quartos de final da Liga dos Campeões.

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Assim, o treinador alemão optava por poupar Florentino, que estava em risco para o Clássico da próxima jornada caso visse um cartão amarelo, e colocava Aursnes em conjunto com Chiquinho no meio-campo do Benfica. David Neres era titular no meio-campo, com João Mário a apoiar Gonçalo Ramos, e Luís Freire só não podia contar com o castigado Alan Ruiz e o lesionado Joca naquela que era a melhor fase da temporada para o Rio Ave.

Não foi preciso esperar muito para perceber que o Rio Ave não ia propriamente entregar o jogo ao Benfica: os vilacondenses construíram a a primeira oportunidade mais perigosa, com um remate de Boateng que Vlachodimos encaixou (6′), e iam contrariando a natural superioridade do adversário com um controlo da posse de bola que não permitia que o Benfica construísse de forma apoiada. Os encarnados procuravam desequilibrar essencialmente através de transições rápidas, com a exploração da profundidade e do espaço que era deixado pela equipa de Luís Freire nas costas da defesa.

O Benfica poderia ter inaugurado o marcador ainda na primeira parte, com Gonçalo Ramos a rematar à malha lateral (8′) e para defesa de Jhonatan (17′) e Rafa a atirar por cima (28′), mas persistia a lógica de que o jogo era essencialmente discutido no meio-campo e sem grandes aproximações à baliza. O Rio Ave chegou mesmo a marcar, ainda que o lance tenha sido prontamente anulado por fora de jogo de André Pereira (31′), e o conjunto de Roger Schmidt demonstrava alguma dificuldade na hora de contrariar a coragem adversária e impor alguma eficácia na reação à perda da bola.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Rio Ave-Benfica:]

Nenhum dos treinadores mexeu ao intervalo e o Benfica acabou por abrir o marcador logo nos instantes iniciais da segunda parte: João Mário desequilibrou no corredor direito, cruzou para a grande área e Gonçalo Ramos, depois de atirar contra um adversário numa primeira tentativa, acabou por abrir o marcador (46′). Guga foi o protagonista da reação do Rio Ave, com um pontapé de fora de área a que Vlachodimos teve de responder de forma atenta (53′), e Luís Freire procurou ir atrás do resultado com as entradas de Vítor Gomes e Bruno Ventura.

O Benfica quebrou a intensidade na sequência do golo, recuando as linhas de forma clara e perdendo muita eficácia na reação à perda da bola, e o Rio Ave ia aproveitando para discutir cada vez mais o resultado. Roger Schmidt respondeu à incerteza com as entradas de Florentino e Musa — utilizando o médio português para cimentar o meio-campo, essencialmente, já que Aursnes e Chiquinho tinham jogado de forma paralela até então.

Mas até ao fim, e apesar de um remate cruzado de Hernâni que forçou Vlachodimos a uma defesa apertada (90+1′), já nada mudou. O Benfica venceu o Rio Ave em Vila do Conde e garantiu que vai pelo menos manter as distâncias para FC Porto e Sp. Braga, para além de ter ficado uma jornada mais perto da reconquista do título. Num irónico Domingo de Ramos, Gonçalo voltou a resolver o que parecia difícil — e marcou o golo que deu mais um triunfo aos encarnados.

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