A ala dura do Partido Republicano dos Estados Unidos recorreu terça-feira às redes sociais para defender o ex-presidente Donald Trump, alegando que as acusações que este enfrenta são algo “horrível” e resultado de uma “caça às bruxas”.

Donald Trump tornou-se, esta terça-feira, no primeiro ex-presidente norte-americano a sentar-se perante um juiz que lhe leu um rol de 34 acusações de um processo-crime que o próprio, ao seu estilo, adjetivou com letras maiúsculas – “surreal”. Com o país em suspenso, e milhares de pessoas concentradas em torno do tribunal de Manhattan, por volta das 15h00 (hora local, 20h00 em Lisboa) ficou a saber-se que eram 34 as acusações a pesar sobre o ex-presidente, por alegadamente ter “orquestrado” uma série de pagamentos para encobrir três casos embaraçosos antes das presidenciais de 2016, adiantou o procurador distrital.

À medida que o mundo assistia à ida de Donald Trump até ao tribunal, foram várias as reações da ala dura do Partido Republicano face a esta situação.  “Rezem pelo presidente Trump. Rezem pelo nosso país. Isto é horrível”, escreveu no Twitter a congressista Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, que se deslocou a Nova Iorque, onde Trump compareceu hoje em tribunal, para liderar um protesto a seu favor. A congressista comparou o ex-presidente com grandes figuras históricas, como o líder sul-africano Nelson Mandela ou Jesus Cristo.

Jim Jordan, presidente do Comité Judicial da Câmara de Representantes, afirmou que “a justiça é igual para todos, a menos que esse alguém seja o candidato republicano à Presidência”.

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Também o republicano George Santos, representante de Nova Iorque no Congresso, manifestou o apoio inequívoco a Trump. #Votei nele nas primárias e duas vezes para presidente nas eleições gerais. Hoje mostrei a minha cara porque é isso que os verdadeiros seguidores fazem, aparecem nos seus melhores e piores dias”, disse no Twitter.

“Boa sorte, senhor presidente. Os Estados Unidos estão consigo nesta caça às bruxas”, escreveu por seu turno o também membro do Congresso Matt Gaetz nas redes sociais.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compareceu, esta terça-feira, no tribunal criminal de Manhattan, onde se declarou inocente de 34 acusações de falsificação de registos comerciais, de acordo com diversos órgãos de comunicação social.

A alegação de inocência foi feita durante a breve sessão no tribunal nova-iorquino que durou cerca de 40 minutos e onde os procuradores expuseram a acusação do grande júri visando o ex-presidente e empresário.

As acusações estão ligadas ao caso de um alegado pagamento de suborno a uma ex-atriz pornográfica, Stormy Daniels, que terá servido para comprar o seu silêncio sobre um caso extraconjugal, antes da campanha eleitoral das presidenciais de 2016.

A audiência foi histórica, pois o magnata republicano torna-se o primeiro ex-chefe de Estado norte-americano a comparecer perante um juiz e sob acusação judicial, e pode seguir para julgamento, mesmo que o acusado faça todos os possíveis para evitar esse cenário.

Trump, com 76 anos e já candidato anunciado à corrida à Casa Branca pelos Republicanos, tem criticado nas redes sociais o processo, que está a dividir e a abalar os Estados Unidos.

O bilionário alega a sua inocência e afirma ser vítima de uma “caça às bruxas” orquestrada pelos democratas do presidente Joe Biden, que também acusa de terem “roubado” a sua vitória nas eleições presidenciais de 2020.