A polícia israelita anunciou esta quarta-feira ter entrado na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental, para “desalojar agitadores”, que entraram no espaço com “fogo de artifício, paus e pedras”.

O movimento de resistência islâmica palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza, denunciou um “crime sem precedentes” e apelou aos palestinianos da Cisjordânia para “irem em massa e defenderem a mesquita”. O mesmo apelo foi feito pelo movimento da Jihad Islâmica.

“Esta noite, quando a polícia trabalhava para permitir que um grande número de muçulmanos pudesse celebrar o mês do Ramadão e chegar à Cidade Velha de Jerusalém e ao Monte do Templo, vários jovens e agitadores levaram para o interior da mesquita [Al-Aqsa] fogo de artifício, paus e pedras”, indicou a polícia israelita em comunicado.

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“Estes elementos barricaram-se no local, várias horas depois [das últimas orações da noite] para atentar contra a ordem pública e profanar a mesquita”, ao mesmo tempo que gritaram “slogans para incitar ao ódio e à violência”, acrescentou a mesma nota.

As forças policiais israelitas foram obrigadas a intervir para “desalojar os agitadores”, tendo procedido a detenções, indicou o comunicado, sem adiantar um número de detidos.

A polícia israelita publicou uma sequência em vídeo, de mais de 50 segundos, em que é possível ver explosões aparentemente causadas por fogo de artifício no interior da mesquita e silhuetas que parecem preparar-se para lançar pedras. Uma outra sequência, também em vídeo da polícia, mostra agentes antimotim a avançar na mesquita, sob escudos de proteção contra disparos.

As imagens deixam ver também uma porta barricada contra baterias de fogo de artifício, e os agentes a retirarem pelo menos cinco pessoas algemadas.

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Depois do anúncio dos confrontos em Al-Aqsa, vários “rockets” foram disparados a partir da Faixa de Gaza, em direção a território israelita, de acordo com jornalistas da agência de notícias France-Presse e testemunhas.

Os militares israelitas disseram que os militantes de Gaza dispararam duas barreiras de “rockets” em direção ao sul de Israel. Cinco “rockets” foram intercetados na zona de Sderot (sul) e quatro aterraram em áreas abertas, sem relatos de baixas ou danos.

Em Gaza, dezenas de manifestantes queimaram pneus em vários locais, gritando: “juramos defender e proteger Al-Aqsa”. A liderança palestiniana condenou o ataque e o porta-voz do Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, Nabil Abu Rudeina, advertiu Israel de que esta situação “excede todas as linhas vermelhas e conduzirá a uma grande explosão”.

Al-Aqsa situa-se na Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar santo do Islão em Jerusalém Oriental, setor palestiniano da cidade santa ocupada e anexada por Israel. A Esplanada foi construída sobre aquilo que os judeus apelidam de Monte do Templo, o lugar mais sagrado do judaísmo.

Os confrontos, que se têm vindo a intensificar desde o início deste ano, registaram-se quando está ainda a decorrer o Ramadão, mês de jejum ritual dos muçulmanos, e quando os judeus se preparam para celebrar, a partir de quarta-feira à noite, a Páscoa judaica, ou Pessach, uma das festas mais importantes do calendário judaico.