A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vai exigir um reforço dos vários níveis cuidados de saúde, reconhece o Governo, que criou uma comissão para elaborar o plano de resposta e de gestão dos recursos desta área.
“O previsível e progressivo aumento da afluência de cidadãos na participação em iniciativas pré-jornada, nomeadamente os ‘dias nas dioceses’ a decorrer em 17 dioceses de Portugal e o encontro de jovens de 26 a 31 de julho, culminando nas cerimónias oficiais a decorrerem de 1 a 6 de agosto, exigem um reforço da capacidade de resposta dos diferentes níveis de cuidados de saúde“, adianta um despacho publicado em Diário da República esta quarta-feira.
Assinado pela secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, este despacho cria uma comissão que vai elaborar e acompanhar o plano de resposta do Ministério da Saúde para a JMJ e para a visita do Papa Francisco a Portugal.
Com esta comissão, presidida pelo médico António Marques da Silva, o ministério pretende “garantir uma resposta atempada, estruturada e eficaz no âmbito da saúde e da gestão dos seus recursos” durante os vários eventos previstos para julho e agosto.
Antes da Jornada Mundial da Juventude, as dioceses de todo o país vão promover o encontro de jovens de todo o mundo, com a chegada dos peregrinos a ocorrer de 26 a 31 julho. “O acolhimento daquele que, previsivelmente, será um dos maiores eventos realizados em Portugal implica a assunção de diversas responsabilidades e compromissos por parte de entidades da área da saúde a nível central, regional e local”, sublinha o despacho.
O documento determina que compete à Comissão de Gestão do Plano de Resposta efetuar um levantamento das necessidades e a avaliação de risco, com a respetiva planificação de procedimentos e meios de resposta.
O plano da comissão terá de incluir as várias iniciativas e cidades que vão acolher eventos, assim como o reforço e adaptação dos sistemas de vigilância epidemiológica para permitir a deteção precoce de doenças ou ocorrências com impacto potencial na saúde antes, durante e na fase imediata após a JMJ.
Cabe ainda a esta comissão otimizar o acesso aos diferentes níveis de cuidados de saúde, através da correta referenciação e orientação de acordo com a gravidade dos casos, e ter em conta no plano que vai apresentar a “abrangência das entidades presentes, incluindo dignitários, chefes de governo e chefes de Estado”.
Para além destas funções, o plano que a comissão vai propor ao ministério no prazo de 30 dias tem também de ter em conta situações de exceção, “potencialmente com múltiplas vítimas, incluindo de natureza traumática, biológica e química, ou outra”, refere o despacho.
Esta comissão integra representantes do Ministério da Saúde na Comissão de Acompanhamento do Grupo de Projeto para a organização da JMJ, da Direção-Geral da Saúde, da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), do Instituto Ricardo Jorge (INSA), do INEM e das várias administrações regionais de saúde, entre outras entidades públicas do setor.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a JMJ vai realizar-se entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude. A edição deste ano, que contará com o Papa Francisco, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia da covid-19.