A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública disse esta quarta-feira que o Governo está “intransigente” ao dar por fechadas as negociações salariais, mantendo a proposta de aumento adicional de 1% e do subsídio de refeição para seis euros.

A informação foi avançada aos jornalistas pela dirigente sindical Cristina Torres, à saída de uma reunião negocial suplementar, realizada a pedido dos sindicatos, com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, na Presidência do Conselho de Ministros (PCM), em Lisboa.

Viemos insistir na necessidade do Governo em responder àquilo que é a necessidade sentida pelos trabalhadores, que é de aumento dos salários e valorização das carreiras face ao custo de vida e à perda de poder de compra, mas o Governo não dá o passo, está intransigente”, afirmou Cristina Torres.

“Não vamos desistir desta batalha e continuaremos a lutar pelo aumento dos salários, que é uma necessidade urgentíssima”, acrescentou a sindicalista, indicando que na próxima quarta-feira, a Frente Comum realizará uma concentração à porta da PCM, dia em que haverá uma reunião técnica com os sindicatos sobre o sistema de avaliação de desempenho (SIADAP).

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A reunião suplementar desta quarta-feira com o Governo realizou-se a pedido dos sindicatos, após duas rondas negociais sobre salários. Em causa está um aumento salarial adicional de 1% e uma subida em 80 cêntimos, para seis euros, do subsídio de alimentação, que será pago em maio com retroativos a janeiro.

Na última reunião, realizada há uma semana, o Governo já tinha sinalizado que não haveria margem para ir mais além.

Segundo a secretária de Estado, com estas medidas, a valorização global da massa salarial da administração pública passa de 5,1% para 6,6%.

Inês Ramires disse ainda estar a trabalhar com o Ministério das Finanças “para que haja uma atualização das tabelas retenção de IRS para não haver perda de liquidez relativamente ao aumento salarial”.

Estas medidas somam-se à atualização salarial já aplicada em janeiro, de 52,11 euros para salários até cerca de 2.600 euros e de 2% para remunerações superiores.