Novembro de 2018. Há quase cinco anos que o Benfica não somava três derrotas seguidas, desde que o treinador era Rui Vitória e os encarnados escorregaram consecutivamente contra Ajax, BSAD e Moreirense. A rara série repetiu-se este mês, com o Benfica a perder com o FC Porto, o Inter Milão e o Desp. Chaves, a complicar o apuramento para as meias-finais da Liga dos Campeões e a correr o risco de ficar com apenas quatro pontos de vantagem na liderança do Campeonato.

Otamendi e uma escorregadela que é o espelho de uma equipa que está a derrapar (a crónica do Desp. Chaves-Benfica)

O Desp. Chaves não vencia o Benfica há mais de 25 anos, desde março de 1997, e esta foi ainda a primeira vez esta temporada em que os encarnados ficaram sem marcar em jogos consecutivos. A equipa de Roger Schmidt perdeu seis pontos em duas jornadas, apenas menos um do que os pontos perdidos nas 26 rondas anteriores, e voltou a ser derrotado longe do Estádio da Luz depois de seis vitórias seguidas fora de casa.

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Na zona de entrevistas rápidas e ainda antes de o treinador encarnado apresentar explicações, Gonçalo Guedes falou em nome da equipa. “Entrámos para ganhar, fizemos tudo o que era possível. Não conseguimos e tivemos essa infelicidade no final. Saímos tristes, nunca queremos perder, mas é para continuar a trabalhar. Continuamos em primeiro e queremos ganhar o Campeonato. Só pensamos em estar unidos, sempre juntos. É a nossa mística, alcançar os nossos objetivos. Vamos fazer as coisas da mesma maneira, a entrar para ganhar, e vamos dar a volta a esta fase menos boa”, disse o internacional português, que entrou em campo apenas durante a segunda parte.

Já Roger Schmidt sublinhou a falta de eficácia da equipa. “Não marcámos, é muito simples. Há este tipo de jogos, quando tentamos encontrar soluções contra um adversário que defende com muitos jogadores atrás da linha da bola. Já nos aconteceu muitas vezes ao longo da época e encontrámos sempre soluções. Hoje tivemos grandes oportunidades, mas o guarda-redes fez grandes defesas. Quando não aproveitas as oportunidades, o adversário acredita sempre. Eles marcaram numa oportunidade, num contra-ataque. Temos de aceitar. Estamos desapontados e frustrados, a equipa deu o seu melhor. Não estás contente porque vais empatar e depois acabas por perder, faz parte do futebol”, começou por dizer o treinador alemão, que explicou depois o porquê de ter tirado Gonçalo Ramos e João Mário na segunda parte.

“Estavam cansados. Deixei-os muito tempo em campo porque já marcaram muito este ano e podem sempre ser decisivos, mas a certa altura precisávamos de energia. O Musa e o Guedes são muito bons e, quando estão frescos, a probabilidade de marcarem é mais alta. Risco de perder o controlo? Quando perdes, há sempre muito ruído à volta da equipa. É algo para que estamos preparados. Vamos ficar juntos, experiências como esta fazem-nos crescer. A equipa já mostrou que consegue reagir”, acrescentou Schmidt.

Por fim, o técnico do Benfica comentou o desagrado demonstrado por alguns adeptos nas bancadas do estádio do Desp. Chaves após o apito final. “Os adeptos podem fazer o que quiserem. Acho que temos jogado um futebol fantástico a nível nacional e internacional e ainda somos líderes. Sei que os adeptos estão desapontados e na próxima semana queremos voltar a fazer com que fiquem felizes”, terminou Roger Schmidt.