Siga aqui o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

A Ucrânia voltou a acusar a Rússia de cometer crimes de guerra e de torturar, violar e raptar ucranianos para semear o medo na população.

Numa deslocação aos EUA para falar ao Congresso norte-americano, o procurador-Geral ucraniano, Andriy Kostin, disse mesmo que já foram registados cerca de 80.000 crimes de guerra em solo ucraniano desde fevereiro de 2022, data em que teve início a invasão.

Esta quarta-feira, em declarações no Comité da Câmara dos Representantes para os Negócios Estrangeiros, Kostin adiantou que, até ao momento, foram condenados 31 russos por crimes de guerra pela justiça ucraniana, tendo ainda sido identificados 310 potenciais criminosos de guerra. Estão neste momento em curso processos contra 152 pessoas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Kherson. Ucrânia descobre 9 câmaras de tortura e mais 432 corpos

Dando como exemplo a região de Kherson, que os ucranianos reconquistaram do domínio russo no final de 2022, o procurador-geral referiu que foram encontradas 20 câmaras de tortura, tendo as autoridades locais recolhido mais de 1.000 depoimentos de sobreviventes de abusos como choques elétricos, afogamentos simulados e ameaças de mutilações e morte.

Em Kherson foram ainda documentados mais de 60 casos de violação, a que se acrescentam as denúncias de crianças que têm sido repatriadas à força em áreas que ainda estão sob controlo russo. “Um mal destes não pode ser deixado em paz”, declarou Kostin.

Na mesma sessão, foi ainda ouvida uma mulher de 57 anos, sobrevivente de crimes de guerra, que contou que foi levada para uma câmara de tortura, espancada, forçada a despir-se e ameaçada de violação e morte. A certa altura, contou, foi forçada a cavar a sua própria cova. Acabou por escapar, mas exaltou que muitos ucranianos continuam a sofrer o mesmo destino nos territórios controlados pela Rússia. “Estes crimes terríveis têm de ser parados”, disse.

Numa demonstração de apoio à Ucrânia, o presidente do comité, o senador republicano Michael McCaul, declarou mesmo que “isto são mais do que crimes de guerra. São crimes contra a humanidade”, e considerou que “nenhum país pode permanecer imparcial na face de um mal destes”.

Pentágono leaks: China terá recusado enviar armas ao grupo Wagner no início de 2023