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O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, considerou “frustrante” a “incapacidade” da União Europeia (UE) para aprovar de forma definitiva a compra conjunta de munições, na perspetiva de um reforço das capacidades militares ucranianas.

Segundo Kuleba, a UE deverá demonstrar a sua “autonomia estratégica” no momento de adotar decisões “cruciais” no âmbito da segurança. “Para a Ucrânia, o custo da inação mede-se em vidas humanas”, lamentou o ministro na sua conta Twitter.

A UE acordou num plano de mil milhões de euros para compras conjuntas de artilharia e mísseis, com o objetivo de repor as reservas dos exércitos europeus e garantir o fornecimento sustentável à Ucrânia na sequência da invasão militar da Rússia.

O Mecanismo Europeu para a Paz é o instrumento envolvido nesta iniciativa, e através do qual os Estados-membros despenderam 4.600 milhões de euros para facilitar a entrega de armas ao Exército ucraniano.

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As divergências relacionam-se sobre quem vai liderar as compras – países como a Alemanha defendem que sejam os próprios Estados-membros – e qual a sua origem.

Um dos temas a definir consiste em saber se as aquisições conjuntas devem limitar-se ao material fabricado na Europa, e que ficaria restringido caso a opção recaia na Agência Europeia de Defesa (DEA, na sigla em inglês), pelo facto de as empresas de países terceiros não poderem participar nas licitações coordenadas pela agência.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.