Nem António Costa, nem Ana Catarina Mendes, quiseram comentar ou dar mais explicações sobre o caso do parecer — com a fundamentação jurídica para a demissão dos dois gestores da companhia (presidente executiva e CEO) —  que o Governo recusou dar à comissão parlamentar de inquérito à TAP e que afinal não existia. O primeiro-ministro aproveitou ainda para atacar o líder do PSD, Luís Montenegro que acusou de não ter uma postura institucional e aguardar pelas conclusões da comissão de inquérito à tutela política da gestão pública da companhia aérea.

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Este domingo, a ministra dos Assuntos Parlamentares, cujo gabinete produziu um comunicado onde era mencionado o dito parecer — “O parecer em causa não cabe no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito e a sua divulgação envolve riscos da defesa jurídica da posição do Estado” — evitou dar respostas concretas sobre a contradição entre esta informação e as declarações que o ministro das Finanças, feitas um dia depois quando Medina afirmou que a defesa do Estado no processo de despedimento por justa causa do Christine Ourmières-Widener e Manuel Beja, estava suportado na auditoria da Inspeção-Geral de Finanças que é publica.

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Quando questionada pela RTP sobre se estava zangada com Fernando Medina, afirmou: “Hoje é um dia de festa, não estou zangada”. Ana Catarina Mendes foi abordada à entrada do evento que assinalou os 50 anos do PS no Porto e disse: “É evidente que há erros (sem especificar se o caso do parecer era um deles), que teremos todos cometido. Só não comete quem não faz e quem não trabalho. O que é preciso é saber corrigir e saber continuar a honrar o mandato que os portugueses nos deram. Esse é o maior compromisso que podemos ter com os portugueses é que continuaremos a trabalhar para aquilo que os portugueses nos elegeram.”

Sobre o caso concreto do parecer que não existia, a ministra escusou-se a responder, afirmando que o Governo já se pronunciou sobre isso. “Sobre a questão da CPI (comissão parlamentar de inquérito) acho que temos de uma vez por todas honrar as instituição e os cargos que nós temos”. E recusou a ideia de que o Governo falou a várias vozes. “Este não é o momento para falarmos sobre isso. O Governo está coeso, está unido e está concentrado”.

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Horas mais tarde, em entrevista também à RTP, António Costa evitou também o “elefante na sala”, ou seja, a contradição do Governo — entre Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva, por um lado, e Fernando Medina, por outro — e usou a deixa para criticar o líder do PSD.

Sobre, concretamente, o parecer em questão na comissão de inquérito, António Costa recorre ao argumento que tem usado: o de que é preciso apurar a verdade “doa a quem doer”, mas que o Governo tem de respeitar as instituições e manter uma “postura institucional”. Por isso, diz Costa, o Governo não comenta documentos ou audições de uma comissão de inquérito cujos resultados serão submetidos ao Parlamento.

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Costa aponta ainda que fica “perplexo” por Luís Montenegro, que tem a ambição de ser primeiro-ministro, não manter uma postura institucional e comentar os desenvolvimentos de uma comissão parlamentar de inquérito. O líder do PSD reagiu à entrevista e à falta de explicações do primeiro-ministro (que deu a entrevista na qualidade de secretário-geral do PS) através do Twitter.

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