As queixas apresentadas contra médicos em Portugal dispararam em 2022, tendo sido instaurados 1.672 processos no total, de acordo com os dados divulgados pela Renascença. Isto representa uma média de cinco denúncias por dia a chegarem à Ordem dos Médicos, um aumento de 25% face às queixas apresentadas em 2021 (1.330).

A informação enviada à Renascença pelos três conselhos disciplinares (Norte, Centro e Sul) da Ordem dos Medicos junta os dados das queixas e sanções aplicadas entre 2020 e 2022, dando conta de um total de 4.585 participações em três anos e 354 penas disciplinares aplicadas a médicos, 131 delas no ano passado — um valor que subiu 8% face a 2021.

No ano passado foram ainda suspensos e expulsos 28 médicos, uma subida de 25% face a 2021. Sete destes profissionais deixaram mesmo de poder exerer a profissão.

Confrontado com estes números, o presidente da Ordem dos Médicos declarou que tem havido “um esforço muito grande” na formação dos profissionais e que a causa poderá estar relacionada com uma deterioriação do Serviço Nacional de Saúde. “O SNS está a passar uma das fases mais delicadas, mais díficeis, da sua existência. Isso reflete-se nas condições que os médicos têm para exercer a sua profissão. Os doentes acabam por estar insatisfeitos e direcionar esse sentimento para os médicos”, afirmou Carlos Cortes à Renascença.

Ordem dos Médicos está a trabalhar num “canal seguro e confidencial” para receber queixas anónimas de negligência médica

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