O ministro da Saúde, afirmou este sábado em Vila Nova de Gaia que Portugal está entre os “melhores países do mundo” com “números baixíssimos” de mortalidade infantil, citando os dados divulgados na sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

“Uma vez mais, Portugal fica como um dos melhores países do mundo em mortalidade infantil, 2.6 é um número extraordinário, eu sei que há a tentação de dizer que 2.6 é pior do que tínhamos conseguido no ano anterior, mas é o quarto melhor número de sempre em Portugal”, disse Pizarro.

Taxa de mortalidade infantil aumentou em 2022

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

No entanto, apesar de ser um “número baixíssimo”, segundo o ministro da Saúde, os valores são mais elevados quando comparados com o ano anterior e, por isso, a Ordem dos Médicos defendeu, também este sábado, a criação de um grupo de trabalho para analisar os dados.

Em comunicado, o organismo liderado pelo bastonário Carlos Cortes considerou “fundamental apurar as causas” para o aumento da mortalidade infantil exposto nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelou que morreram 217 crianças até um ano de vida, evidenciando uma subida face ao período pré-pandemia.

Mortalidade infantil. Mais grávidas com patologias, bebés prematuros, partos em casa e uma maior pressão sobre os serviços de saúde

“O aumento da mortalidade infantil é um problema complexo e que exige uma abordagem multidisciplinar e colaborativa”, disse o bastonário da Ordem dos Médicos, salientando ser “imprescindível envolver todos os atores relevantes neste processo, incluindo os profissionais de saúde, as instituições de saúde e a tutela para perceber as causas e atuar nelas se for o caso”.

A Ordem dos Médicos assumiu ainda a disponibilidade e o empenho na colaboração com a DGS através do colégio da especialidade de Pediatria e do colégio de Neonatologia, tendo em vista a deteção de “soluções eficazes e duradouras para este problema”.

Já o ministro da Saúde, apesar da subida da taxa,  considerou que os números dos últimos anos “provam que o nosso sistema de saúde maternoinfantil está em bom funcionamento” e aproveitou a oportunidade para fazer um elogio público a todos os profissionais que têm mantido “uma qualidade de assistência materna […] que é um motivo de orgulho e satisfação e de tranquilidade para os portugueses”.

“Estamos em números muito baixos, com pequeníssimas flutuações que promovem mudanças, isso não significa que as devamos desvalorizar e que não as devamos estudar”, disse.

Segundo o ministro, os dados divulgados na sexta-feira “também têm outra boa notícia”, que é o número de nascimentos em Portugal ter aumentado mais de 4.000 no último ano. “Temos de olhar sempre para a tal taxa de mortalidade infantil, comparando o número de crianças mortas até um ano, por cada mil nados vivos. Esse número de 2.6”, sustentou.

“Estamos com flutuação muito pequenina, de décimas, que podem ter causas muito variadas, há desde logo uma causa evidente, o aumento da idade média das mães no momento do nascimento das crianças e o aumento da proporção de mães acima dos 40 anos. Já são quase 10% as progenitoras acima dos 40 anos”, frisou.

Apesar de tudo, acrescentou, “os números continuam baixíssimos”.

A taxa de mortalidade infantil aumentou em 2022, de 2,4 para 2,6 óbitos por mil nados-vivos, num ano em que o número de nascimentos aumentou 5,1%, revelam dados oficiais divulgados na sexta-feira.