Os acionistas da Adidas iniciaram uma ação coletiva contra a empresa, alegando que a mesma sabia do risco de uma parceria com Kanye West antes do seu afastamento no ano passado, depois de o rapper realizar uma série de comentários antissemitas.
Em outubro de 2022, a Adidas cancelou uma parceria de vários anos com Kanye West, o que implicou a paragem da comercialização da marca Yeezy, que representava 10% da faturação do fabricante alemão. Os investidores da empresa de roupa e calçado alegam que não foram tomadas medidas céleres para criar distância em relação a Kanye West, explica o jornal The Guardian.
De acordo com a publicação USA Today, uma suspensão tardia da parceria terá levado a uma perda de 535 milhões de dólares nos lucros — cerca de 488 milhões de euros — e uma perda de quase 750 milhões de dólares (684 milhões de euros) em 2023, caso o inventário da marca Yeezy não seja reaproveitado.
A ação coletiva foi entregue na sexta-feira num tribunal do Oregon e a esta pode juntar-se qualquer investidor da Adidas que tenha comprado ações a partir de 3 de maio de 2018, dia em que Kanye West realizou um comentário sobre a escravatura. Para os acionistas, o relatório anual da Adidas de 2018 “ignorou assuntos sérios” dentro da parceria com Kanye West e o risco que a mesma representava para os investidores, em vez de “realmente considerar encerrar a parceria como resultado do comportamento pessoal de Kanye West”.
A empresa já reagiu à ação coletiva, dizendo que “rejeita veemente estas acusações infundadas“. A Adidas afirmou ainda que vai tomar todas as medidas necessárias para se defender das acusações de que é alvo.
No dia 25 de outubro de 2022, a Adidas anunciou o fim da parceria com Kanye West e a sua marca Yeezy, em consequência de comentários antissemitas que este proferiu, e que levou ainda a que o rapper fosse banido de redes sociais como o Twitter e o Instagram.