O Presidente da República e o primeiro-ministro surgiram esta segunda-feira em público juntos pela primeira vez desde a divergência sobre a permanência no Governo do ministro João Galamba, num evento em Espanha em que não houve declarações aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa e António Guterres estão em Cuacos de Yuste, Cáceres, na Extremadura espanhola, para a cerimónia de entrega do Prémio Europeu Carlos V ao secretário-geral da organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

A entrega do prémio será na terça-feira de manhã, no Mosteiro de Yuste, onde esta segunda-feira haverá um jantar oferecido pelo Rei de Espanha, Felipe VI, com a presença de António Guterres, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, entre outros convidados.

O jantar é privado, sem cobertura pela comunicação social, mas antes de começar os jornalistas puderam ver Felipe VI, António Guterres, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa juntos, a passear por uma das varandas do Mosteiro de Yuste.

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O grupo, em que estava também o alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, e a mulher de António Guterres, Catarina Vaz Pinto, conversou durante alguns minutos na varanda, que dava para o jardim em estavam os jornalistas.

Esta é a primeira vez que Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa estão juntos depois de terem protagonizado uma divergência pública, na semana passada, em torno da manutenção no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba.

O Prémio Europeu Carlos V reconhece o trabalho de “pessoas, organizações, projetos ou iniciativas que contribuíram para o conhecimento geral e o engrandecimento dos valores culturais, sociais, científicos e históricos da Europa, assim como para o processo de construção e integração europeia”, segundo a Fundação da Academia Europeia e Ibero-americana de Yuste, que o atribui.

António Guterres recebe na terça-feira o 16.º Prémio Europeu Carlos V, que o júri lhe atribuiu “pela sua acreditada, ampla e longa trajetória de vida dedicada ao compromisso social, ao processo de construção europeia, à promoção do multilateralismo e à dignidade humana como núcleo do seu trabalho, abordando desafios e crises globais”.

A Fundação da Academia Europeia e Ibero-americana de Yuste tem como “presidente de honra” o Rei Felipe VI e já atribuiu este prémio a outros dois portugueses, o ex-Presidente da República Jorge Sampaio (em 2004) e o ex-primeiro-ministro e antigo presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso (em 2014).

Jacques Delors, Wilfried Martens, Felipe González, Mikhail Gorbachev, Helmut Kohl, Simone Veil, Javier Solana e Angela Merkel foram outras personalidades anteriormente galardoadas com este prémio.

A entrega do galardão coincide com o Dia da Europa, uma efeméride celebrada no dia 9 de maio que assinala a histórica “Declaração Schuman [Robert Schuman, o ministro dos Negócios Estrangeiros de França em 1950]”, considerada como o momento fundador da atual UE.