A China acusou hoje o G7 de semear a discórdia contra Pequim, depois de os líderes dos sete países mais industrializados terem criticado o uso da “coerção económica” como ferramenta política, numa referência ao gigante asiático.

“Alguns membros do G7 ignoram os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, e reprimem injustificadamente as empresas chinesas”, disse a embaixada da China em Londres num comunicado publicado na rede social chinesa WeChat. “A China está fortemente insatisfeita e opõe-se firmemente a isso”, disse a embaixada, citada pela agência espanhola EFE.

Reunidos entre sexta-feira e domingo na cidade japonesa de Hiroxima, os membros do G7 defenderam hoje a necessidade de reduzir a “dependência excessiva” da China e divulgou uma declaração sobre a questão de Taiwan.

Os líderes do bloco que junta Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais a União Europeia (UE), também criticaram o uso da “coerção económica” como arma política, numa alusão à China. A embaixada chinesa acusou Washington de “generalizar o conceito de segurança nacional, abusar das medidas de controlo das exportações e adotar práticas discriminatórias e injustas contra empresas de outros países”.

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“A própria China é vítima da coerção económica dos Estados Unidos”, disse a embaixada, referindo que Pequim “sempre se opôs firmemente à coerção económica de outros países”. “São os Estados Unidos que devem parar de reprimir e restringir outros países em nome da segurança nacional”, afirmou.

A embaixada chinesa em Londres disse também que os Estados Unidos devem parar com a “intimidação unilateral indiscriminada”. Acusou ainda Washington de “perturbar a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de abastecimento globais”.

A diplomacia chinesa apelou ao G7 para que “abandone a mentalidade da Guerra Fria” e “deixe de interferir nos assuntos internos de outros países”, bem como de “criar confrontos e divisões na comunidade internacional”.

“Como presidente rotativo do G7, o Japão deve responder e abordar as preocupações da comunidade internacional de uma forma responsável”, criticou. Pequim assegurou que “lutará resoluta e vigorosamente contra quaisquer palavras e ações que prejudiquem os interesses da China”.

Sobre Taiwan, reafirmou que a ilha “é uma parte inalienável do território da China desde os tempos antigos” e a defesa do princípio de “uma só China” para Pequim desenvolver relações com outros países. “O G7 ignora os factos e interfere seriamente nos assuntos internos da China em questões relacionadas com Taiwan, Hong Kong, Xinjiang e Tibete”, disse a embaixada.

Acusou ainda os G7 de tentar “semear a discórdia para que vários países confrontem a China” e garantiu que Pequim “é um firme defensor” do direito marítimo internacional, numa referência às disputas no Mar do Sul da China.

“Sempre insistimos na resolução pacífica dos diferendos através de negociações e consultas com os países diretamente envolvidos, com base no respeito pelos factos históricos e em conformidade com o direito internacional”, acrescentou.