Mais de 100 laureados com o Prémio Nobel assinaram uma carta aberta pedindo a libertação do ativista bielorrusso Ales Bialiatski, opositor de Alexander Lukashenko, que se encontra a cumprir uma pena de prisão de dez anos.

A carta, subscrita por escritores como Kazuo Ishiguro, Olga Tokarczuk, Annie Ernaux e Svetlana Alexievich, destaca como Bialiatski “dedicou a sua vida à promoção da democracia e dos direitos humanos na Bielorrussa”, trabalho pelo qual lhe foi atribuído o Prémio Nobel da Paz em 2022, que partilhou com os grupos ativistas Memorial, da Rússia, e Center for Civil Liberties, da Ucrânia, campeões da “coexistência pacífica” em tempo de guerra.

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“Ele atreveu-se a responsabilizar o Presidente Lukashenko pela repressão brutal, implacável e sistemática das vozes independentes [na Bielorrússia]. Por isso, pagou o preço mais pesado: dez anos de prisão (…). Bialiatski é um símbolo de esperança e uma inspiração para os defensores dos direitos humanos no mundo inteiro e deve ser celebrado como tal”, refere o documento, de acordo com o The Guardian.

Bialiatski, de 60 anos, foi condenado a dez anos de prisão em março, acusado de ter feito entrar ilegalmente no país dinheiro para financiar o seu grupo pró-democracia, Viasna, um dos mais importantes na defesa dos direitos humanos na Bielorrússia. Além de Bialiatski, foram condenados outros três ativistas, cuja libertação os laureados também exigem.

Prémio Nobel Ales Bialiatski condenado a 10 anos de prisão na Bielorrússia

“Apoiamos a multidão de escritores, jornalistas, trabalhadores culturais, defensores dos direitos humanos e cidadãos da Bielorrússia que estão a cumprir longas penas de prisão simplesmente por expressarem pacificamente as suas opiniões e por dizerem a verdade aos líderes. Apoiamos a população destemida da Bielorrússia que continuam a lutar pelos direitos humanos”, conclui a carta.